Os voos nocturnos quase que duplicaram nos primeiros seis meses deste ano, conclui-se a partir de uma resposta do Ministro da Saúde, Mars Di Bartolomeo, a uma questão parlamentar do deputado liberal Xavier Bettel (DP), divulgada ontem.
Segundo as estatísticas oficiais, em 2008 registaram-se 83.141 movimentos aéreos, dos quais 1.310 voos nocturnos, e em 2009, 81.619 movimentos, dos quais 915 durante a noite. Já nos primeiros seis meses deste ano, efectuaram-se 40.719 voos, dos quais 803 nocturnos.
Em termos globais, as oscilações dos números são pouco significativas, exceptuando os voos nocturnos, que só na primeira metade deste ano, quase alcançaram o número do mesmo tipo de voos verificados durante um ano inteiro em anos anteriores.
Na questão parlamentar, Xavier Bettel relembra que a directiva europeia em relação à gestão do ruído prevê um período de repouso entre as 22 e as 6 horas ou entre as 23 e as 7 horas.
Para Mars Di Bartolomeo, este aumento deve-se em grande parte aos atrasos devido a um Inverno rigoroso e ao encerramento do aeroporto durante o mês de Abril por causa da nuvem de cinzas do vulcão islandês.
Bartolomeo frisa ainda que a maior parte dos voos nocturnos (440 voos, isto é 55%) se deu entre as 23 e as 24 horas.
Xavier Bettel sublinha que um recente estudo alemão confirmou os malefícios do ruído dos aviões, sobretudo dos voos nocturnos, na população residente nos arredores do aeroporto de Colónia-Bona.
À semelhança da Organização Mundial de Saúde, o estudo conclui que os voos nocturnos provocam "insónia, fadiga, hipertensão, riscos acrescidos de problemas cardiovasculares e respiratórios, fracos desempenhos no trabalho ou na escola, dificuldades de concentração, e aumento de riscos de depressão, de ansiedade e de abuso de álcool e de soníferos", alerta o deputado liberal.
Di Bartolomeo explica que existe uma cartografia sobre o ruído, mas reconhece que necessita de uma " abordagem harmonizada" a nível europeu.
Foto: Arquivo LW
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