Os sindicatos de vários setores, incluindo transportes urbanos, ferroviários, refinarias e portos, prolongam hoje a greve nacional em França, perante a inflexibilidade do Presidente da República no novo regime de reformas.
Hoje, é o terceiro dia de greve nacional em protesto contra a “reforma das reformas”, aprovada na Assembleia Nacional em setembro, e cuja votação final pelo Senado está marcada para 20 de outubro.
O Presidente da República francês, Nicolas Sarkozy, afirmou na quarta feira que “é um dever concretizar esta reforma e por isso que se leve até ao fim”, segundo um membro do Governo do primeiro ministro François Fillon.
À inflexibilidade do chefe de Estado respondem os sindicatos com uma “estratégia de continuar”, como resumiu na quarta feira o presidente da Confederação Geral de Trabalhadores, Bernard Thibault.
O tráfego aéreo está praticamente regularizado nos aeroportos da capital francesa. Apenas dois voos de e para Lisboa foram cancelados ao início da manhã, depois das fortes perturbações nas rotas entre Portugal e França registadas na terça feira.
Pelo contrário, a greve continua a afetar alguns setores nevrálgicos, como o dos combustíveis. Apenas duas das 12 refinarias da França metropolitana estão em funcionamento normal, receando-se uma penúria de combustíveis se a greve continuar nos próximos dias.
Também o tráfego ferroviário interno em França e os transportes públicos na capital continuam a registar perturbações, embora as linhas internacionais para o Reino Unido, Bélgica, Alemanha e Suíça (Eurostar, Thalys, ICE e Lyria) circulem quase normalmente (9 comboios em 10).
“O combate não terminou”, resumiu o presidente do sindicato Força Operária, Jean-Claude Mailly.
Algumas das principais disposições do novo regime de reformas foram já confirmadas pelo Senado e os sindicatos consideram ser “responsabilidade” do Governo o endurecimento da contestação social.
No dia 12 de outubro, início das greves nacionais, cerca de 3,5 milhões de pessoas participaram em toda a França em manifestações contra a “reforma das reformas”.
Foto: Arquivo LW
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