Os ânimos exaltaram-se ontem na Câmara dos Deputados entre o ministro da Saúde, Mars Di Bartolomeo, e o deputado do ADR, Jean Colombera, durante o debate sobre o uso da canábis para fins terapêuticos.
Ao contrário de Di Bartolomeo, Jean Colombera é um defensor acérrimo do cânhamo para fins medicinais. Durante a discussão, o ministro da Saúde relembrou ao deputado do ADR que a actual é muito clara e proíbe o recurso à canábis, mesmo para fins terapêuticos. "O deputado prescreveu canábis a torto e a direito sem conhecer os antecedentes dos pacientes", acusou Di Bartolomeo.
"O ministro quer insinuar que eu sou mau médico", questionou Colombera visivelmente ferido com os propósitos do ministro. "Eu relembro-lhe que a definição de uma droga diz tratar-se de um produto psicoativo. A utilização terapêutica da canábis não conhece esta propriedade", sublinhou o deputado, frisando fazer parte dos médicos implicados na investigação científica da canábis.
"O senhor Colombera interpretou a lei à sua maneira . Podemos discutir a utilização da canábis, mas a forma de agir do deputado é no mínimo contraproducente", retorque Di Bartolomeo.
Recorde-se que no dia 7 de Outubro, a Polícia grã-ducal efectuou buscas ao consultório do médico Jean Colombera por suspeitas de receitar canábis aos doentes.
Ontem, no Parlamento o deputado do ADR voltou a enumerar as qualidades do cânhamo. "O uso terapêutico da canábis permite dormir melhor, abre o apetite, tem virtudes relaxantes e é um poderoso anti-dor. Utilizado em fracas quantidades, não se lhe conhece nenhum efeito secundário", defende.
"Actualmente, não existe nenhuma dúvida que a canábis é uma droga", responde ao ministro da Saúde, acrescentando que os estudos só preconizam "o uso da canábis para certas doenças bem identificadas, nomeadamente em pessoas com cancro ou que sofrem de dores atrozes. Em nenhum caso, a canábis deve ser utilizada em pessoas com distúrbios psicóticos".
Foto: Shutterstock
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