quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Thierry Lippert, chefe da Cooperação Luxemburguesa: "Ainda há muito para melhorar em Cabo Verde"


Chegou há dois anos para exercer o cargo de encarregado de Negócios e chefe da Cooperação luxemburguesa em Cabo Verde. Apesar do bom trabalho desenvolvido e das melhorias verificadas no país, Thierry Lippert considera que ainda há muito trabalho para fazer naquele arquipélago.

Acooperação bilateral entre Cabo Verde e o Luxemburgo remonta ao final dos anos 80 e tem-se vindo a intensificar nesta última década, nomeadamente através de um primeiro Plano Indicativo de Cooperação (PIC) estabelecido em 2002.
Um segundo foi assinado por um período de cinco anos (2006 - 2010), no qual se reafirma a intenção de ambas as partes se concentrarem na luta contra a pobreza, dar prioridade aos sectores sociais e ter em conta temáticas transversais (ambiente, boa governança e transferência de saberes) nas diferentes acções conjuntas que têm sido empreendidas.

E é neste campo que Thierry Lippert traçou como linhas prioritárias da sua gestão as áreas da Saúde, Educação, Formação Profissional e sensibilização no domínio dos recursos hídricos.
"Existem ainda muitas lacunas que nós, pequeno Luxemburgo, tentamos ajudar a colmatar em Cabo Verde", esclarece Lippert.
São três pessoas a trabalhar na Embaixada do Luxemburgo em Cabo Verde, encarregados dos vários projectos que têm em mãos. "Um encarrega-se dos trabalhos com os vários municípios, outro dos dossiês da imigração e eu ocupo-me dos projectos bilaterais, como por exemplo o Hospital de Assomada e a Escola de Hotelaria que vai abrir no próximo mês de Novembro, para a formação dos cabo-verdianos na indústria, que tem crescido bastante nos últimos anos", revela o diplomata luxemburguês.

"A vinda da Luxair é uma mais-valia para todos, mas é importante que as pessoas não venham a Cabo Verde apenas para se instalarem nas grandes unidade hoteleiras do Sal e Boa Vista, porque essa não é a realidade do país", sublinha.
"Naturalmente que o turismo desenvolve o país, e disso ninguém tem dúvidas. Mas o dinheiro que os turistas aqui deixam é utilizado pelo Governo para investir na formação e no desenvolvimento do arquipélago, que tem muitas lacunas por colmatar", vinca Lippert.

"Existe ainda muita pobreza e muito por fazer neste país, apesar de se notar uma evolução em todos os sentidos, porque o Governo e os responsáveis pelas autarquias são formados por pessoas sérias e trabalhadoras que querem impulsionar verdadeiramente o país".
Uma das lacunas foi colmatada com a construção do Hospital Regional da Assomada, na ilha de Santiago, inaugurado no ano passado pelo primeiro-ministro Jean-Claude Juncker. "Médicos, professores e enfermeiros foram formados no Brasil, Cuba e Portugal, para poderem responder adequadamente às necessidades", lembra Lippert.

"As acções para o desenvolvimento do Turismo vão ter um investimento de 12 milhões de euros, grande parte destinado à Escola de Hotelaria que será inaugurada em Novembro e cujo pessoal será também formado no Brasil e em Portugal", lembra o diplomata.
"Ainda há muito para fazer em Cabo Verde, mas as pessoas estão empenhadas e tenho a certeza de que o futuro será rinhoso", rematou.
Á. Cruz,
em Cabo Verde

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