Uma mulher suicidou-se este sábado na estação de comboios de Walferdange. Foi a quarta morte no local em menos de um mês.Eram cerca das 21h quando uma jovem de 23 anos saltou para a linha do comboio na estação de Walferdange, este sábado. O maquinista do comboio que vinha do norte ainda travou, mas não conseguiu evitar o choque.
Este foi o terceiro suicídio naquele local em menos de um mês, depois de uma mãe se ter suicidado ali com a filha de quatro anos, dia 1 de Fevereiro. Cinco dias depois, um homem de cerca de 50 anos suicidava-se naquela estação de comboios. Quatro mortes em menos de um mês. E poderia ter havido mais: a 7 de Fevereiro, um homem tentou atirar-se para debaixo de um comboio naquele local, mas o maquinista travou a tempo.
A Polícia grã-ducal não sabe por que razão tanta gente escolhe Walferdange para se suicidar. "Não fazemos a mínima ideia da razão pela qual as pessoas se suicidam ali", disse ao Point 24 Serge Arendt, do serviço de porta-voz da Polícia.
Coincidência ou mimetismo? A psicóloga Joana Tiago Reis é cautelosa. "Sem saber as causas" dos suicídios, diz, não se pode saber "se estão relacionados". Mas sempre adianta que "uns podem influenciar os outros". E lamenta que o Luxemburgo não tome medidas para prevenir o suicídio. "O Luxemburgo é um dos países com maior número de casos de 'burn-out', e é um país em que, se não se ganha bem, depressa se entra em crise", diz. O país "deveria ter mais apoios nesta área", acusa a psicóloga, recordando que as consultas de psicologia não são comparticipadas, uma reivindicação antiga dos psicólogos no Luxemburgo.
Certo é que este tipo de suicídios é dos mais difíceis de prevenir. Segundo o psicólogo Paulo Alves, ouvido pelo Point 24 , o suicídio na linha de comboio surge "por impulso, é instantâneo – ao contrário do suicídio com armas ou comprimidos, que envolvem um ritual de preparação, e onde muitas vezes as pessoas desistem".
Paula Telo Alves
Foto: Marc Wilwert
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