terça-feira, 17 de maio de 2011

Pais furiosos com creche em Echternach por esta recusar 12 crianças

A partir de Agosto, a creche "Eechternoacher Kannerstuff" não aceita 12 crianças que até aqui frequentavam o estabelecimento.

Os pais não percebem porquê, e já tentaram falar com a direcção da escola. Sem resultado.

Ontem, a Polícia teve de ser chamada ao local: um dos pais queixa-se de ter sido agredido pelo director da creche.

O aviso chegou por carta. A partir de 1 de Agosto, as duas filhas de Carlos Ventura, uma bebé com 11 meses e uma menina com três anos, deixam de ser admitidas na creche Eechternoacher Kannerstuff, em Echternach, que frequentavam desde que tinham pouco mais de três meses. Uma decisão que aquele pai não entende e que quer ver explicada.

Tudo o que a direcção da creche diz nas cartas enviadas aos pais de mais 10 crianças é que os lugares disponíveis vão passar a ser atribuídos "em função de critérios sociais" acordados com a comuna de Echternach e o Ministério da Família. Mas a autarquia não tem conhecimento dos critérios que presidiram à decisão.

"Não conheço os argumentos. Sabemos que há falta de espaço, e quando há falta de espaço não podemos fazer nada", disse Josée Theltges, funcionária da autarquia.

Foi para obter explicações que Carlos Ventura pediu um encontro com o director da creche, Jos. Schmit. "A justificação que me deram hoje, verbalmente, é que nós não vivíamos na comuna. Mas nós trabalhamos na comuna e vivemos a onze quilómetros de Echternach, e isso nunca foi um problema", lamenta Carlos Ventura. Tanto mais que "há crianças que vêm da Alemanha e de outras comunas que não vão sair, e crianças de Echternach que receberam a carta", garante. "Não há critérios, isto não tem pés nem cabeça". Insatisfeito, Carlos Ventura expôs ontem os seus argumentos ao director da creche. E foi então que a discussão azedou.

"Eu nunca lhe faltei ao respeito, mas ele começou a insultar-me. Começou a dizer que tinha de me calar, que tinha de pegar nas minhas filhas e levá-las para outro lado. Agarrei na minha filha e fui para a porta, e disse-lhe 'isso é o que vamos ver'", conta Carlos Ventura. Foi nessa altura que o director o terá empurrado para fora do gabinete, acusa. "Ele agarrou-me e empurrou-nos para fora, e fez um hematoma à minha filha".

Carlos Ventura chamou a polícia. Mas quando os dois agentes chegaram ao local, já o director tinha deixado a escola. O relatório do pediatra que assistiu a criança, e a que o nosso jornal teve acesso, certifica que a bebé tem "uma lesão" de um centímetro de diâmetro na têmpora esquerda.

Até ao fecho desta edição (edição de terça-feira, 17 de Maio, do Point24), não conseguimos falar com o director da creche. A responsável do Foyer de jour, Elsi Dias, disse que o director estaria fora durante todo o dia de ontem e recusou prestar quaisquer declarações.

Manifestação prevista hoje em frente à creche


Os pais é que vão continuar o protesto. Hoje às 9h da manhã organizam uma manifestação na place du Marché, em Echternach. "Vamos com isto até ao fim", garante Carlos Ventura.

P.T.A.
Foto: Ricardo Rodrigues

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