quinta-feira, 14 de julho de 2011

Luxemburgo: Candidata do LSAP, Cátia Gonçalves descontente com o período de sensibilização ao voto

"Acesso ao voto ainda é desigual para estrangeiros e luxemburgueses"

Cátia Gonçalves, candidata do LSAP às eleições comunais de 9 de Outubro, lamenta que o direito ao voto ainda não seja igual para luxemburgueses e estrangeiros no Grão-Ducado e que não tenha havido uma verdadeira campanha de incentivo às inscrições nos cadernos eleitorais."

Aprimeira acção de participação política é o voto", afirma Cátia Gonçalves, que a 8 de Março deste ano assinou, conjuntamente com outras 28 mulheres estrangeiras, um apelo ao voto na sede da Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI).

O CONTACTO falou com Cátia Gonçalves na sede da ASTI, na segunda-feira, à margem da apresentação do balanço provisório que a associação fez do período de inscrição nas listas eleitorais para as eleições comunais de 9 de Outubro. Um balanço marcado por muitas críticas ao recenseamento, como a ausência de vontade política do governo em fazer uma verdadeira campanha de incentivo ao voto que se materializou no fracasso do Dia Nacional da Inscrição.

"Não foi feita uma campanha nacional, não se sabia ao certo que autarquias estavam abertas nesse sábado. O governo devia ter feito um guia de informação", lamenta Cátia Gonçalves. "O Luxemburgo foi dos poucos países que derrogou o Tratado de Maastricht e, por isso, a inscrição dos estrangeiros nas listas eleitorais não é automática".

A ASTI entende que, e Cátia Gonçalves partilha da mesma opinião, é tempo de haver igualdade de acesso ao voto e de o universalizar no Grão-Ducado. A jovem de 26 anos recorda que o Tratado de Maastricht estipula que "o direito de voto dos estrangeiros deve ser feito em condições de igualdade com os luxemburgueses" e Cátia lança uma pergunta: "Se os políticos vão ter com os luxemburgueses ( n.d.r.: para incentivar ao voto ) por que não vão ter com os não-nacionais?"

Cátia Gonçalves sublinha que o direito ao voto é muito importante em alturas de volatilidade política e financeira como a actual. "Aqui no Luxemburgo estamos numa redoma de vidro e não nos apercebemos como as coisas podem mudar tão rapidamente". Os cidadãos não podem esperar cobrar responsabilidades aos políticos em alturas de crise quando não exerceram o seu direito cívico de votar, explica Cátia Gonçalves. "Além do mais porque a (n.d.R.: supressão ou não da) indexação e algumas ajudas sociais vão voltar a ser discutidas depois das eleições e as pessoas não se podem esquecer disso".

Irina Ferreira
Foto: Manuel Dias

Sem comentários:

Enviar um comentário