sexta-feira, 16 de março de 2012

Entre hoje e domingo, Festival das Migrações, lugar de encontro de todas as culturas

O eurodeputado Miguel Portas, o cantor Paulo Gonzo, os escritores José-Luís Peixoto, José Manuel Saraiva e Altina Ribeiro são a mão cheia de convidados portugueses que o Festival das Migrações propõe este ano. De sexta-feira a domingo, decorre na Luxexpo, no Kirchberg, o 29° Festival das Migrações, das Culturas e da Cidadania. Em paralelo, e como já é costume desde 2001, decorre o Salão do Livro e das Culturas, que vai já na sua 12a edição. Os dois certames fundem-se num só e juntos são, por certo, um dos encontros anuais mais importantes das comunidades estrangeiras radicadas no Luxemburgo.

CINCO CONVIDADOS PORTUGUESES

Este ano, vão estar presentes cinco convidados portugueses de prestígio: o eurodeputado Miguel Portas (Bloco de Esquerda), o cantor Paulo Gonzo, e os escritores José-Luís Peixoto, José Manuel Saraiva e Altina Ribeiro. Miguel Portas participa no sábado, às 19h30, na sala 2, no debate "Os Portugueses e os Espanhóis na armadilha da austeridade", encontro proposto pela Déi Lénk em que intervém também Maite Mola, do partido espanhol Izquierda Unida.

José Manuel Saraiva propõe nesse mesmo dia, mas às 17h30, na sala 2, a projecção do seu documentário sobre a guerra colonial na Guiné-Bissau "De Guileje a Gadamel, o corredor da morte". Segue-se um debate na presença do jornalista e escritor, encontro proposto pelos "Amigos do 25 de Abril".

Paulo Gonzo regressa ao Luxemburgo para um concerto no sábado à noite no palco do festival, a partir das 22h. Antes e depois da passagem do autor de "Jardins Proibidos", toca a banda In/Out (Pedro Bray, guitarra; Paulo França, baixo; Tony Bastos, bateria; Bruno Salles, teclas). Os bilhetes custam 20 euros em pré-venda, 25 euros na bilheteira, e estão à venda no CLAE (tel. 29 86 86), em www.e-ticket.lu e na Rádio Latina.

José Luís Peixoto e Altina Ribeiro participam num encontro com leitores no domingo, às 15h30, na sala do 1° andar, numa iniciativa da Confederação da Comunidade Portuguesa do Luxemburgo (CCPL).

 LUGAR DE ENCONTROS PRIVILEGIADOS 

Este ano, o organizador, o Comité de Ligação das Associações Estrangeiros (CLAE) propõe que o festival seja o lugar em que se encontrem "recursos, invenções e empenhos cidadãos" contra as crises que o mundo atravessa, "um lugar dos possíveis", "um palco das expressões comuns dos amanhãs".

É esta vontade que motivou os organizadores desde a primeira hora e que ainda hoje faz com que este festival não seja apenas um encontro de música e gastronomia, mas uma verdadeira encruzilhada anual para reflectir nas realidades e problemáticas dos estrangeiros no Luxemburgo, graças aos debates, encontros e conferências propostos.

Este ano, entre estes, destaque-se: no dia 16, às 18h30, na sala 2, a projecção de um documentário de Yann Arthus-Bertrand sobre as mudanças climáticas, seguido de um debate; no dia 17, às 16h30, na sala do 2° andar: debate "A xenofobia mete medo? Migrações, medo do outro e políticas", com a moderação de Michel Legrand; e no dia 18, às 14h, na sala 2, debate "Que lugar para as crianças imigrantes no sistema escolar reformado?", com a presença da ministra da Educação, e moderação de Antoni Monserrat.

Além destes debates, há ainda os mais de 300 stands, distribuídos por três halls do centro de exposições, propondo informação sobre as associações ou países que representam, artesanato, pratos típicos e música dos cinco continentes, que depressa costumam ultrapassar o próprio espaço a que estão confinados para serem partilhados com alegria fraterna com os stands vizinhos, num verdadeiro espírito intercultural e sem-fronteiras.

Pelo palco vão passar músicas, danças, cantares, folclore e artistas de todo o mundo, numa mostra ininterrupta das culturas em presença no Grão-Ducado.

Nos quatro cantos do certame, o visitante vai poder deliciar-se com as cozinhas espanhola, italiana, cabo-verdiana, luxemburguesa e portuguesa.

O festival propõe ainda um espaço para exposições, onde vão estar patentes nos halls 2 e 3 obras do franco-senegalês Baye Gallo, do nigeriano Kingsley Ogwara, da americana Wendy Winn, da albano-belga Sytki Brahimi, do montenegrino Aldémar Ibrahimovic. Além disso, este ano, pode ser vista a exposição "A China em 500 fotos", no stand da Associação Cultural Chinesa do Luxemburgo, no hall 2.

Texto: JLC

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