Foto: A. Antony |
"É verdade que é irónico", admite Sarah Vasco Correia, sorridente, rodeada de jornalistas. Filha de imigrantes portugueses no Luxemburgo, a investigadora, de 27 anos, recebeu ontem o Prémio da Fundação Robert Krieps para a melhor tese de mestrado de 2011, tal como o CONTACTO avançou em exclusivo há três semanas.
"Tive um percurso semelhante ao de muitos portugueses no Luxemburgo, e também me aconselharam a não ir para o Clássico", conta Sarah, que espera que a sua história possa "encorajar outros a tentar escapar às malhas do sistema". Para o presidente da Fundação (na foto), a história de Sarah Correia "faz pensar que, com mais apoios pedagógicos, com métodos mais adaptados, haveria mais portugueses no Liceu Clássico".
"A Sarah impôs-se com muito esforço e inteligência, e sofreu certamente mais do que as crianças luxemburguesas para chegar a esta 'via real'. Mas há certamente crianças portuguesas inteligentes que deveriam lá estar", defende Ben Fayot.
Para escrever a tese premiada, Sarah Correia fez 14 entrevistas a imigrantes portugueses, sete da primeira geração e sete aos filhos destes. É através desses testemunhos que a investigadora desmonta os mecanismos de transmissão da língua materna e identifica os entraves a essa transmissão.
Além do prémio monetário, no valor de 2.500 euros, a Fundação Robert Krieps vai também publicar a tese de Sarah Correia, que já está a preparar o doutoramento.
O prazo para a entrega de candidaturas para a próxima edição do prémio termina a 30 de Junho.
Texto: Paula Telo Alves
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