quinta-feira, 17 de maio de 2012

Luxemburgo: Português recolhe "Tampinhas Solidárias"

Foto: Marc Wilwert
"Não é preciso gastar nem dar dinheiro, as tampinhas são coisas que toda a gente tem em casa e que são deitadas fora. São coisas que fazem a diferença para quem precisa de material ortopédico", diz Rui Tomé ao CONTACTO.

Este residente no Luxemburgo há 24 anos é o criador e dinamizador da iniciativa "Tampinhas Solidárias", uma campanha de solidariedade dirigida a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida em Portugal, e que arrancou há três anos no Grão-Ducado.

"Até agora, devo ter recolhido 700 quilos de tampinhas", estima Rui Tomé, que recentemente enviou mais uma remessa para Portugal. "Foram cinco cadeiras de rodas usadas, seis andarilhos e 11 sacos de tampinhas, que pesam cerca de 200 quilos".

"O material ortopédico é em segunda mão porque o novo é muito mais caro", explica o português de 53 anos, que é natural de Serpins (Lousã). "Para se ter uma cadeira de rodas nova é precisa uma tonelada de tampinhas", exclama o português.

Todo o material recolhido no Luxemburgo é enviado para a ARCIL (Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã). "Quem os vê – eles já são felizes à maneira deles –, com a ajuda que se lhes dá, eles são ainda mais felizes", resume Rui Tomé, que arrancou com a ideia porque é uma maneira de "ajudar as pessoas da Lousã".

Desde há cerca de um mês e meio que Rui Tomé conta com a ajuda de um casal português de Differdange na recolha das tampinhas. "A senhora ouviu na rádio e telefonou-me a perguntar se podia ajudar. Desde aí que esse casal faz recolha de tampinhas e levou a campanha até à escola das filhas".

Rui Tomé fala com humildade do projecto que pôs em marcha e diz mesmo que "o que está em causa é ajudar quem precisa" e deixa um apelo: "Apelo às pessoas que tenham material ortopédico, seja ele qual for, que pensem em doar esse material. Fico muito agradecido porque as doações também são importantes. As contribuições não têm que ser só em tampinhas".

"Eu próprio trato da recolha das contribuições das pessoas", explica Rui Tomé, que se desloca a casa de quem contribui para recolher as tampinhas. "Claro que não posso ir para longe só para buscar um quilito ou dois. O que faço é apontar num caderno o nome e a morada das pessoas e depois quando tenho bastante a recolher numa determinada zona, aproveito uma viagem para ir a várias casas", explica o português.

Os interessados em contribuírem para a campanha ou em obter mais informações devem contactar Rui Tomé pelo tel. 621 61 83 51.

Texto: Irina Ferreira

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