quarta-feira, 10 de junho de 2009

Emigrante português Carlos Quaresma vai candidatar-se ao Benfica

O emigrante português Carlos Quaresma, que não conseguiu concorrer às eleições de 2006 do Benfica por "irregularidades estatutárias", revelou hoje que pretende concorrer ao acto eleitoral agendado para 03 de Julho.

Carlos Quaresma disse à Agência Lusa que chega ainda hoje ao Porto "num avião particular alugado para dar uma primeira conferência de imprensa, a que se seguirão outras no âmbito da candidatura".

Este emigrante na Suécia disse ainda que se desloca a Portugal no âmbito de uma campanha de beneficência, tendo uma fonte da Câmara Municipal de Almada confirmado à Lusa que na próxima segunda-feira será feita a entrega simbólica de material ortopédico e fisiátrico, cerca das 09:00, nos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.

Segundo a mesma fonte, deverão chegar depois 18 toneladas de material, num transporte assegurado pela Câmara, num custo total de 12 500 euros.

Em Outubro de 2006, Carlos Quaresma viu negada a sua pretensão de concorrer às eleições que garantiram um segundo mandato a Luís Filipe Vieira na presidência do Benfica, tendo a candidatura sido rejeitada por "irregularidades estatutárias".

Na ocasião, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Tinoco de Faria, disse que, no final do prazo para entrega de listas, apenas a encabeçada por Luís Filipe Vieira apresentava candidatos elegíveis para a Direcção, Conselho Fiscal e Assembleia-Geral, enquanto a de Carlos Quaresma apenas tinha os candidatos à Direcção.

Foi acrescentado que, ao contrário da outra lista, que apresentou 1 142 assinaturas de associados, a de Carlos Quaresma contava apenas 199, número insuficiente para cumprir o mínimo de 250 assinaturas necessárias pelos estatutos do clube para aceitar uma lista.


ÓRGAOS SOCIAIS DO BENFICA DEMITEM-SE EM BLOCO>


A demissão em bloco dos órgãos sociais do Benfica implica a gestão corrente do clube, não podendo a Direcção de Luís Filipe Vieira assumir responsabilidades financeiras superiores a um total de 255.000 euros.

Os estatutos do Benfica estabelecem que o elenco directivo demissionário não pode exceder cinco por cento do orçamento para a época 2008/09, aprovado na Assembleia Geral de 03 de Julho de 2008, com o valor global de 5,1 milhões de euros.

A possibilidade de a Direcção deliberar sobre compromissos financeiros de montante superior ao limite também está contemplada, mas o Artigo 43º faz depender a eventualidade de uma autorização expressa da Assembleia Geral do Benfica.

O jurista Tinoco de Faria considera que a demissão em bloco dos corpos gerentes, anunciada por Manuel Vilarinho, presidente da Mesa da Assembleia Geral, na segunda-feira, tem "consequências".

"A Direcção do Benfica tinha toda a legitimidade para gerir o clube e a SAD, mas, enquanto demissionária, está obrigada a conter-se na chamada gestão corrente", assinala à Agência Lusa o advogado, que se demitiu do cargo de vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral em Abril.

Bruno Carvalho, o primeiro sócio a anunciar a candidatura à presidência do Benfica (a apresentação está prevista para 17 de Junho), comunga da mesma opinião, sublinhando que, mesmo considerando a Benfica Futebol, SAD, não é legítimo que se "contrate ou venda quem quer que seja".

"Demitiram Quique Flores e, no dia seguinte, demitiram-se a eles próprios, porque quiseram, ninguém os forçou. Agora, não podem demitir-se e fazerem o querem. Estão demissionários", frisou, notando que "o clube controla SAD e esta cumpre as directizes traçadas pelo clube".

Carvalho, que refere-se à "falta de responsabilidade" dos dirigentes demissionários, acrescenta que "a SAD não é uma entidade que se possa separar do clube" e esclarece ainda que é "de todo é inaceitável" a eventual contratação do treinador Jorge Jesus nesta altura.

O candidato critica ainda que, na terça-feira, o Benfica tenha renovado o contrato com o hoquista internacional português Ricardo Pereira, uma vez que, reiterou, "não pode fazer nada a não ser assegurar a gestão corrente".
LUSA

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