domingo, 7 de junho de 2009

Luxemburgo/Política: Oito luso-descendentes candidatos a um lugar no Parlamento

O ecologista Félix Braz é o único deputado luso-descendente no Parlamento luxemburguês, mas este ano há mais sete candidatos à Câmara dos Deputados com origem portuguesa. Será desta que Braz deixa de ser caso único?

Oito luso-descendentes disputam este domingo um dos 60 lugares para a Câmara dos Deputados, incluindo Félix Braz, o único descendente de portugueses a ocupar uma das cadeiras do Parlamento luxemburguês.

Eleito em 2004, Félix Braz é até hoje o único deputado luso-descendente na Câmara dos Deputados. Mas este ano há mais candidatos com origem portuguesa, e o deputado dos Verdes ("Déi Gréng"), filho de imigrantes algarvios chegados ao país nos anos 60, poderá deixar de ser o único este domingo.

Os portugueses não podem votar nem ser eleitos nas eleições legislativas agendadas para 7 de Junho, em simultâneo com as europeias, mas há oito candidatos com origem portuguesa nas listas partidárias, alguns deles com dupla nacionalidade.

Beatriz e Ana Luísa Carrilho, mãe e filha, ambas na lista do Déi Lénk ("A Esquerda"), têm nacionalidade portuguesa e luxemburguesa, o que lhes permite ser eleitas para o Parlamento luxemburguês.

Esta é a segunda vez que Beatriz Carrilho, membro do Comité de Imigrantes da OGB-L, de 52 anos, é candidata numa eleição no Luxemburgo. A primeira fora nas eleições europeias de 2004, quando ainda tinha apenas nacionalidade portuguesa, também pelo Déi Lénk (conotado com o português Bloco de Esquerda).

O Déi Lénk, que há cinco anos não consegue eleger nenhum deputado, é aliás o partido com mais luso-descendentes nas listas: além de Beatriz e Ana Luísa Carrilho (pela circunscrição centro e sul), concorre igualmente Andrea da Silva Costa Delvaux (circunscrição do centro), empregada de escritório de 32 anos.

Seguem-se, com dois candidatos luso-descendentes, os Verdes ("Déi Gréng"), ambos pela circunscrição sul. É nesta lista que concorre o deputado e vereador Félix Braz, de 43 anos.

Na mesma lista, há este ano mais uma luso-descendente, Daisy Varandas, de 34 anos, professora a viver em Differdange.

Sébastien Marques Malainho, de 20 anos (o mais jovem dos candidatos com origem portuguesa) é o luso-descendente escolhido pelos comunistas (KPL) para a lista do centro, arredados do Parlamento há 15 anos, enquanto Sylviane da Silva, de 47 anos, representa o ADR no sul do país.

O Biergerlëscht ("Lista dos cidadãos", encabeçada pelo candidato dissidente do ADR, Aly Jaerling) conta também com um candidato de origem portuguesa na circunscrição Este, José Cardoso. O comerciante de 35 anos a viver em Pratz (o único que não respondeu ao inquérito do CONTACTO apesar de várias tentativas), é candidato igualmente ao Parlamento Europeu.

TRÊS MAIORES PARTIDOS SEM LUSO-DESCENDENTES

Entre os oito partidos que disputam os sessenta lugares para o Parlamento Europeu, só os três maiores não integram candidatos portugueses nas suas listas. É o caso dos socialistas (LSAP), do Partido Democrático (DP) e do CSV (cristãos-sociais).

O Déi Lénk tem três luso-descendentes nas suas listas, seguindo-se os Verdes, com dois. Com um luso-descendente estão os comunistas (KPL), o ADR (Partido Reformador) e a Biergerlëscht ("Lista dos cidadãos").

A maioria dos candidatos de origem portuguesa são mulheres (cinco), contra três candidatos do sexo masculino.

Este ano há 483 candidatos ao Parlamento luxemburguês, oito dos quais com origem portuguesa. Destes, serão eleitos 60 deputados.

Os estrangeiros não podem votar nem ser eleitos nas eleições legislativas, que se realizam de cinco em cinco anos.

No Grão-Ducado, os estrangeiros só podem votar e ser eleitos nas eleições europeias (após dois anos de residência no país) e nas eleições comunais (após cinco anos de residência).

Para votar e ser eleito nas eleições legislativas, é obrigatório ter nacionalidade luxemburguesa, ser maior de 18 anos, e gozar dos direitos cívicos e políticos. O número de eleitores luxemburgueses ascende este ano aos 240 mil.

Paula Telo Alves

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