“A alta velocidade é, para o Governo, uma prioridade política, com calendários bem definidos e que têm vindo a ser cumpridos”, afirmou Mário Lino, durante o colóquio Alta Velocidade em Portugal, que decorreu hoje na Assembleia da República.
Durante a sua intervenção, o ministro salientou que “a não concretização do investimento” neste projecto “não só tornaria o país menos competitivo a médio e longo prazo, afastando-o do resto da Europa, como acarretaria prejuízos significativos a curto prazo”.
Os prejuízos resultariam, segundo Mário Lino, “da quebra de compromissos assumidos por sucessivos Governos e de um atraso no usufruto dos benefícios sociais e económicos deste projecto”.
“Se não realizarmos este projecto, é evidente que não vamos assumir os custos, mas vamos perder os benefícios largamente superiores aos custos”, acrescentou, salientando que a alta velocidade “vai gerar benefícios durante, pelo menos, todo o século XXI”.
A criação de empregos é, segundo o ministro, um dos benefícios deste projecto, que será também "potenciador do desenvolvimento económico" e dos sistemas portuário, aeroportuário e logístico.
“Prevê-se que a construção da rede ferroviária de alta velocidade dê origem, num horizonte temporal de 30 anos, à criação de 56 mil postos de trabalho permanentes, ao aumento do investimento privado em 126 mil milhões de euros e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 121 mil milhões de euros”, salientou Mário Lino.
O ministro disse que o financiamento do projecto será suportado por todas as gerações “e não apenas pelas gerações futuras”.
“Acreditamos que não é justo que uma determinada geração suporte na íntegra o financiamento de una infra-estrutura que terá uma vida útil de várias gerações”, disse, salientando que “prevalece a lógica de solidariedade inter-geracional”.
Se for considerada apenas a componente ferroviária de alta velocidade, o investimento previsto no projecto ascende a 7,5 mil milhões de euros, um valor que sobe para os 8,9 mil milhões de euros se forem incluídas as intervenções na rede ferroviária convencional e a componente rodoviária da Terceira Travessia do Tejo.
O investimento será suportado por fundos comunitários (19%), pelo Estado (36%) e pelas receitas geradas pelo próprio projecto (45%).
O projecto português tem já garantidos fundos comunitários no valor de 1,3 mil milhões de euros que, caso não sejam utilizados, serão perdidos.
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