segunda-feira, 13 de julho de 2009

"Concierges" luxemburgueses a caminho de Lisboa

Lisboa é a cidade anfitriã do 57° Congresso Internacional da Union Internationale des Concierges d'Hôtel – Les Clefs d'Or, que recebe em Janeiro de 2010 cerca de 600 participantes, incluindo do Luxemburgo.

O local foi anunciado durante o encontro de profissionais de portaria e de recepção de hotel ("concierges") luxemburgueses, no final de Junho.

Os "concierges" de hotel do Luxemburgo festejam este ano o 20o aniversário da sua adesão à Union Internationale des Concierges d'Hôtel (UICH) – Les Clefs d'Or, associação internacional de profissionais de portaria e de recepção de hotel. E foi por esta razão, para celebrar a data, que os 10 elementos luxemburgueses se reuniram dia 27 de Junho no hotel "Le Royal", juntamente com sete outros países membros da zona oeste em que o Luxemburgo se inclui.

Fundada em 1952, em Cannes, em França, a organização Clefs d'Or conta actualmente com 3.400 membros dispersos por 40 países, que se agrupam por zonas geográficas.

O encontro organizado pela secção luxemburguesa é o primeiro do género no país e, por conseguinte, uma "ocasião há muito esperada", como afirma Simon Delcomminette, presidente dos "concierges" luxemburgueses e chefe no hotel "Le Royal". "Geralmente somos nós que nos deslocamos a outros países, desta vez temos o prazer de receber aqui os nossos colegas e amigos", explica satisfeito.

Quanto interrogado sobre a finalidade de tal evento, Delcomminette afirma tratar-se de uma oportunidade de "conhecer colegas, de promover a cidade e o país, e de difundir comerciantes e restauradores". Mais: ao regressar aos seus respectivos países, os participantes transformam-se em "embaixadores do Luxemburgo junto dos seus clientes, desejosos de descobrir um local de destino agradável", conclui o chefe "concierge".

A organização UICH – Les Clefs d'Or tem também ela o objectivo geral de promover o estreitamento de laços entre os seus elementos e de fomentar o intercâmbio de experiências e conhecimentos na área da hotelaria e do turismo, sendo seu lema o "serviço através da amizade".

Sempre às ordens

À partida, pode parecer uma profissão simples e monótona: abrir portas, transportar bagagens, chamar um táxi, comprar bilhetes para uma peça de teatro, reservar lugar num restaurante ou indicar um bom itinerário turístico.

Mas um "concierge" faz tudo isto e muito mais. Sempre apresentável, discreto e elegante no seu uniforme bem engomado, ele pode desdobrar-se para executar os pedidos mais extravagantes alguma vez imaginados. Senão, atente-se nos seguintes exemplos: "um cliente que exige à meia-noite mil rosas no seu quarto quando todas as lojas já estão fechadas", "outro japonês que prova um prato típico de carne de vaca e encomenda 10 vacas para enviar para Tóquio", ou ainda "um hóspede árabe que pede para lhe comprar um helicóptero". Parecem histórias bizarras saídas de contos ficcionais, tarefas inusitadas a cumprir em prazos aparentemente impossíveis, mas Delcomminette garante que não o são. Pelo contrário, fazem parte da sua própria experiência.

Simon Delcomminette começou a sua carreira como "concierge" há cerca de 25 anos e encontrou na profissão o trabalho que sempre desejou, onde o contacto com as pessoas e o desafio são uma constante.

Para ele, a profissão resume-se a uma frase: "ce que client veut, concierge le peut", ou seja, não importa o quão difícil de concretizar é o pedido do cliente, o "concierge" está lá para o satisfazer, desde que a barreira do legal e do ético não seja ultrapassada.

Um bom "concierge" deve ainda gostar muito do que faz, conhecer várias línguas e, finalmente, como confidencia ao CONTACTO o chefe "concierge" do hotel "Le Royal", "tudo ver e ouvir, mas nada repetir".

Flávia Diniz

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