sábado, 18 de julho de 2009

Polémica/Portugal: Instituto Português do Sangue acusado de discriminar homossexuais

O Bloco de Esquerda (BE) desafiou ontem a ministra da Saúde a dizer se concorda ou não com a política do Instituto Português de Sangue (IPS) de excluir dadores de sangue masculinos que declarem ser homossexuais.

"A ministra da Saúde deve pronunciar-se sobre o preconceito homofóbico do Instituto Português de Sangue", disse o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo à agência Lusa. O deputado considerou "particularmente grave" e "sem base técnica e científica" a posição do Instituto Português de Sangue e, em particular, as declarações do seu presidente.

O Ministério da Saúde admitiu, em resposta a uma pergunta do deputado João Semedo (BE), datada de 13 de Julho, excluir dadores de sangue masculinos que declarem relações homossexuais. Na resposta do Ministério, lê-se que tal "necessidade" não significa uma discriminação em função da orientação sexual mas "unicamente" um controlo sobre os comportamentos de risco dos dadores, "o que se comprova pela circunstância de os homossexuais do sexo feminino poderem ser aceites como tal".

O presidente do Instituto Português de Sangue (IPS) negou ontem haver discriminação em relação a dadores homossexuais, argumentando que existem evidências científicas que provam que este é um grupo com potenciais comportamentos de risco.

"Quando o presidente do Instituto Português de Sangue o diz isto é porque julga que os homossexuais são promíscuos", disse o deputado do BE. João Semedo defendeu que "os homossexuais não devem ser excluídos de dar sangue, devem ser sujeitos aos mesmos testes que os restantes dadores, até porque a maioria dos casos de sida, por exemplo, são registados entre os heterossexuais".

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