sábado, 11 de julho de 2009

Timor-Leste: Morreu Manuel Carrascalão, um dos rostos da independência do país

O político timorense Manuel Carrascalão morreu este sábado aos 78 anos no hospital Guido Valadares, em Díli, vítima de complicações de saúde na sequência de uma embolia cerebral, disse à agência Lusa fonte familiar.

"O meu irmão morreu hoje cerca das 14h30 de Lisboa no hospital Guido Valadares, em Díli, rodeado de familiares e amigos", disse à agência Lusa Gabriela Carrascalão, que se encontra em Portugal em trabalho e regressa domingo a Timor-Leste.

Manuel Carrascalão foi uma das principais figuras associadas ao processo de consulta popular em 30 de Agosto 1999, que conduziu o território à independência, após 27 anos de ocupação indonésia, e liderou, após a votação, o Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), a coligação independentista timorense, sucedendo a Xanana Gusmão.

O irmão mais velho da família Carrascalão estava doente há oito meses, quando sofreu uma embolia cerebral, segundo adiantou Gabriela Carrascalão. Apesar de ter recuperado, há cerca de dois meses começaram a surgir complicações que ditaram a sua hospitalização desde essa data.

Gabriela Carrascalão disse à Lusa que a data das cerimónias fúnebres só será anunciada depois do regresso ao território de todos os familiares de Manuel Carrascalão. Gabriela Carrascalão é assessora do Ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Zacarias da Costa, e está em Lisboa a preparar a participação de Timor-Leste no conselho de ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza na próxima semana em Cabo Verde.

Um outro irmão, João Carrascalão, que é presidente do Comité Olímpico de Timor-Leste, chegou hoje a Lisboa, acompanhando a comitiva timorense que vai participar na segunda edição dos Jogos da Lusofonia.

Manuel Carrascalão tinha ainda filhos em Cabo Verde e nos Estados Unidos e só depois do seu regresso a Timor-Leste será decidida a data do funeral.

Em Abril de 1999, a sua residência em Díli foi cenário de um massacre executado por milícias pró-indonésias, que mataram o seu filho adolescente, "Manelito", e dezenas de civis que estavam refugiados na casa de Lecidere.

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