quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Luxemburgo: Coque definitivamente fora da maratona, mas ... agora é o local da partida que gera discórdia

Após a reunião de segunda-feira entre o conselho de administração da Coque, Erich François, administrador da empresa "Step by Step" e o ministro dos Desportos, Romain Schneider, o centro desportivo do Kirchberg decidiu retirar-se da organização da próxima edição do "ING Europe Marathon", em 2010.

Na origem do diferendo que opõe a Coque e aquela empresa está o facto de o complexo desportivo ser posto à disposição gratuitamente para eventos não comerciais, sendo o organizador da prova uma sociedade privada com fins lucrativos. Consequentemente, a Coque tomou a iniciativa de informar todos os interessados da sua decisão "irrevogável" de não cooperar com o organizador da prova.

Segundo o conselho de administração da Coque, um estudo das contas efectuado à "Step by Step", encomendado a uma empresa de contabilidade, esta registava um lucro líquido de 200 mil euros em 2008, em vez do défice de quatro mil euros anunciado.

A juntar a estes números, outros detalhes da organização da prova como o facto de a Coque ter contratado oito agentes de segurança suplementares acabaram por consumar o divórcio entre as duas entidades.

Erich François respondeu a estes ataques classificando-os como "reacções dignas de crianças".

Como alternativa, o ministro dos Desportos, Romain Schneider, anunciou que a maratona ING Europe partirá do Glacis, em Limpertsberg, em 2010.

Comerciantes contra a partida desde o Glacis

Assim que a proposta do ministro foi divulgada, a União Comercial da Cidade do Luxemburgo (UCVL) dirigiu uma carta a Schneider bem como ao burgomestre da capital, Paul Helminger, para mostrar a sua oposição a uma partida da maratona desde a praça do Glacis.

"Nós, os comerciantes da cidade do Luxemburgo, não queremos nem podemos pagar a factura de uma discórdia ao suprimirem-nos os parques de estacionamento [do Glacis] e ao tomarem a capital como 'refém' para a organização de uma maratona", escreve a associação de comerciantes.

Temendo um impacto negativo por a linha de partida da maratona e demais instalações logísticas anexas se fazerem no Glacis, o que afastaria, segundo a UVCL, os clientes dos comércios do centro da capital, a associação propõe outros locais na cidade para a realização do início da prova: num dos P&R (Bouillon, em Hollerich, por exemplo), na Pétrusse, nos adros dos liceus no Geesseknäpchen, em Merl, etc.

A UCL vai mesmo ao ponto de propôr que a maratona mude de data e tenha lugar no Domingo de Pentecostes ou na Quinta-Feira da Ascensão. A maratona decorre normalmente no mês de Maio.

Pensava-se que com a saída da Coque da organização da prova, a questão estava finalmente resolvida e a Maratona 2010 garantida. Mas, afinal, a "telenovela da maratona" vai ainda no adro...


Foto: Gerry Huberty

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