O número de licenciados do ensino superior cresceu em Portugal acima da média dos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), segundo um relatório divulgado esta semana em Paris.
Portugal, juntamente com a Irlanda, Polónia, Espanha e Turquia, é um dos países onde o aumento do número de licenciados superou os 7%, muito acima da média nos países de OCDE, que foi de 4,5% entre 1998 e 2006.
Este crescimento foi sublinhado pelo secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, na apresentação do relatório anual da organização “Olhares Sobre a Educação”.
Portugal aparece também no segundo lugar da lista comparativa de ganhos salariais acumulados das mulheres com formação superior, em relação às mulheres que têm apenas formação secundária.
Segundo o relatório da OCDE, uma mulher com formação universitária em Portugal pode esperar uma vantagem salarial acumulada, ao longo da sua vida profissional, de cerca de 220 mil dólares norte-americanos (cerca de 152 mil euros) sobre uma mulher que completou apenas o ensino secundário.
Os Estados Unidos são o país onde é mais significativa a vantagem salarial acumulada entre formação superior e secundária, tanto para os homens (367 mil dólares = c. 253 mil euros) como para as mulheres (220 mil dólares = c. 152 mil euros).
No conjunto dos países da OCDE, um homem licenciado pode esperar, em média, uma vantagem acumulada ao longo da sua carreira de 186 mil dólares (c. 128 mil euros).
Ao apresentar estes números, Angel Gurria salientou que “os reflexos positivos de uma educação universitária traduzem-se mais tarde durante a vida, sob forma de salários mais elevados”.
O relatório de 2009 “demonstra que a diferença de nível de rendimentos entre indivíduos licenciados e os outros continua a alargar-se na maior parte dos países”.
“O período que sucederá à crise económica mundial será caracterizado por uma procura sem precedentes no ensino universitário”, declarou o secretário-geral da OCDE.
Neste contexto, Angel Gurria chamou a atenção para a tendência no espaço da OCDE de “os jovens continuarem mais e mais os seus estudos”, tanto pelas “vantagens líquidas de uma boa educação como pela manutenção provável dos níveis de desemprego elevados durante a saída da crise económica”.
“Olhares Sobre a Educação” salienta a importância da avaliação dos actores do processo educativo e a existência de incentivos.
Portugal (33%), atrás da Áustria (35%) e da Irlanda (39%), faz parte dos países onde “um terço ou mais dos professores do primeiro nível do ensino secundário não tiveram qualquer forma de avaliação escolar nos cinco anos precedentes”.
O relatório de 2009 é elaborado a partir dos dados disponíveis até 2007 e analisa as implicações dos níveis de escolaridade e formação no mercado de trabalho e na vulnerabilidade ao desemprego.
O documento introduz, pela primeira vez, dados sobre o impacto do nível de formação nos indicadores de saúde e sociais no espaço da OCDE.

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