Mais de 35 mil hectares de floresta arderam até ao fim de Agosto deste ano, mais do dobro do total do ano passado, indica o relatório provisório de incêndios florestais da Autoridade Florestal Nacional.
Em 2008, a área ardida totalizou 17.244 hectares, enquanto nos primeiros oito meses deste ano o número de hectares ardidos já vai em 35.257 hectares, na sua maioria matos (25.839 hectares), número que supera também o total de área ardida em 2007, que totalizou 31.450 hectares.
O relatório, a que a Agência Lusa teve acesso, destaca que a área ardida até 31 de Agosto é 69% inferior à média de área ardida entre os anos de 1999 e 2008, altamente inflacionada pelos anos de 2003 e 2005, em que arderam 425 mil e 338 mil hectares, respectivamente.
Com 15.106 ocorrências, o número de incêndios já registados este ano também já ultrapassa em muito o total de ocorrências durante todo o ano de 2008 (13.832).
Dos incêndios registados, 3.636 foram classificados como "incêndios florestais" e 11.470 como fogachos.
Do total de área ardida, 25.839 hectares foram zona de matos e 9.148 de povoamentos florestais.
O distrito onde se registaram mais incêndios foi de longe o Porto, com 3.688 ocorrências, mais de 3.200 das quais consideradas fogachos. No entanto, o distrito onde ardeu mais área foi o de Bragança, onde o fogo destruiu 5.944 hectares, mais de cinco mil de matos.
Na lista dos distritos com mais área ardida seguem-se Vila Real (5.098 hectares), Viseu (4.864), Guarda (4.720), Braga (3.787) e Viana do Castelo (3.195).
O relatório salienta que como a maior parte do que ardeu foi mato isso "permite estimar uma perda de valor menos significativa".
O distrito com incêndios mais persistentes foi Aveiro, com 176 reacendimentos, seguindo-se Viana do Castelo (141), Braga (81) e Viseu (72).
O maior incêndio registado no período abrangido pelo relatório consumiu 1.576 hectares, mato na sua maioria, no dia 7 de Agosto, em Cabelo do Velho, concelho de São Brás de Alportel, distrito de Faro.
Seguem-se um fogo registado na localidade de Calvelhe, no concelho de Bragança, em 23 de Agosto, que consumiu 1.300 hectares (1.295 de mato), e um outro na localidade de Pega, concelho da Guarda, onde arderam 1.044 hectares, 622 dos quais de povoamento florestal.
No total registaram-se 49 incêndios considerados "grandes", em que arderam mais de cem hectares, que foram responsáveis por 46% do total de área ardida.
Foi no mês de Agosto que se registaram mais fogos - 4.691, que consumiram 12.481 hectares -, mas foi em Março que ardeu mais área: 13.550 hectares, destruídos em 3.684 ocorrências.
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