quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Portugal/Legislativas: Análise do debate Manuela Ferreira Leite vs Jerónimo de Sousa

Investimento público, a aposta no TGV e medidas na área da Justiça dominaram ontem à noite o debate entre a presidente do PSD e o secretário-geral do PCP, em que os líderes partidários assumiram posições divergentes.

No debate na TVI, a líder do PSD assumiu como prioridade o emprego, mesmo que isso signifique “sacrificar o equilíbrio das contas públicas”.

“É mais correcto aumentar o défice tomando medidas para a sobrevivência das pequenas e médias empresas [PMEs], porque é aí que está o emprego, do que gastar-se dinheiro em grandes investimentos, cuja contribuição para o emprego é nula”, defendeu.

O líder comunista considerou “inaceitável” que sejam os funcionários das empresas “a pagar a crise” e disse que o Código do Trabalho deixou os trabalhadores mais desprotegidos.

Jerónimo de Sousa afirmou que o programa do PSD contém uma “contradição”, ao “deixar de fora as PME que não sejam exportadoras”, acusando a líder social-democrata de preferir o investimento privado em detrimento do público, o que Ferreira Leite rejeitou, defendendo o investimento público “de proximidade”.

Para o líder comunista, a rejeição do TGV, defendida pelo PSD, é uma “medida dacroniana, isolacionista e inaceitável”, que propõe antes o faseamento do projecto.

Jerónimo de Sousa disse que o PSD não pode “pôr o conta-quilómetros a zero”, responsabilizando os anteriores governos “pelo crescimento anémico” do país, o que Ferreira Leite repudiou, salientando que nos últimos 14 anos, os sociais-democratas apenas estiveram no poder dois anos e meio.

Os dois candidatos às legislativas concordaram que o governo de José Sócrates atacou os magistrados.

Ferreira Leite acentuou a necessidade de garantir a independência da Justiça e de contrariar a morosidade dos tribunais, sendo a remuneração variável dos juízes uma medida susceptível de aplicação, mas depois de discutida com o sector.

Uma proposta “depreciativa para os juízes”, na opinião de Jerónimo de Sousa, que pretende garantir a igualdade de acesso à Justiça.

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