Portugal caiu pelo terceiro ano consecutivo, para 46º lugar, no índice do Foro Económico Mundial que mede as desigualdades entre homens e mulheres no acesso a recursos e oportunidades, que continua a ser liderado pelos países do Norte da Europa.
Numa escala de 1 (igualdade total) a 0 (desigualdade total), Portugal obtém 0,7013 pontos, o mesmo que o Cazaquistão e a Jamaica, e imediatamente atrás do Peru e Israel, no "Relatório Global sobre Desigualdades de Género", que inclui 134 países, elaborado com a colaboração de diversas universidades norte-americanas, como Harvard ou Berkeley.
Se, na primeira edição do ranking (2006), Portugal surgia em 33º lugar, na segunda caiu para 37º e no ano passado já surgia em 39º, apesar de uma subida ligeira da pontuação, que não levou a uma melhoria da posição geral devido à melhor prestação de outros países e aumento do universo da análise.
Apesar de surgir atrás de países como Moçambique (26º) ou República da Quirguízia (41º), Portugal tem diversos pares europeus e mesmo da União Europeia em posições inferiores, como a Polónia (50º), Eslovénia (52º) e até a Itália (72º).
Das quatro componentes avaliadas, a Participação Política das portuguesas é a mais pontuada (47º lugar) e Saúde e Condições de Sobrevivência o pior (80º).
São ainda avaliadas as desigualdades entre homens e mulheres no que diz respeito a Participação e Oportunidades Económicas e a Realização Educativa.
No primeiro lugar está este ano a Islândia (0,828 pontos), que roubou o título à Noruega.
Desde a primeira edição que os quatro primeiros lugares vão alternando entre Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.
Novidade em 2009 foi a entrada de dois países africanos - África do Sul e Lesoto - nos dez primeiros, grupo que inclui ainda Nova Zelândia, Dinamarca, Irlanda e Filipinas.
No fundo da tabela há uma maioria de países muçulmanos: Qatar, Egipto, Mali, Irão, Turquia, Arábia Saudita, Benim, Paquistão, Chade e Iémen (o último, com 0,461 pontos).
Para o fundador e presidente do Foro, Klaus Schwab, uma participação mais activa das mulheres na vida económica, política e académica é uma condição para uma "rápida retoma económica", mas também para o combate às alterações climáticas, segurança alimentar e redução dos conflitos.
A maior subida na edição deste ano pertenceu ao Paraguai (34 lugares, para 66º), e de modo geral os países sul-americanos acompanharam a tendência de melhoria.
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