O filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço defendeu segunda-feira que o Fado "dispensa a honraria" de ser considerado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, uma vez que já foi universalizado, pela voz de Amália Rodrigues.
Eduardo Lourenço, que falava à agência Lusa à margem da inauguração da exposição "Amália, Coração Independente", dedicada a Amália Rodrigues, no Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, considerou "lógica" a candidatura, mas também uma questão de "publicidade".
"São concorrências de publicidade, tal como antigamente havia as Sete Maravilhas do mundo. Hoje o mundo é um só, culturalmente falando, e toda a gente quer ter os seus cinco minutos de glória televisiva e mundial", disse. "Acho lógico que o país postule essa honraria, embora o Fado dispense essas coisas. A Amália já o pôs no mundo e, se está no mundo, também está na UNESCO (...). Mas não se perde nada" com a candidatura, adiantou o filósofo, ensaísta e professor universitário.
Sublinhou ainda que o Tango, que "pertence à mesma constelação" que o Fado, recebeu igual distinção. "O Tango foi talvez mais universalizado antes de nós, nos anos 1920. Mas o Fado, graças a esta senhora [Amália], também se tornou uma canção universal, algo que parecia impossível na nossa geração", sublinhou.
O embaixador de Portugal na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Manuel Maria Carrilho, adiantou à Lusa que Portugal vai apresentar a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade no início de 2010, considerando que "em 2011 teremos o Fado consagrado como Património Imaterial da Humanidade".
Sem comentários:
Enviar um comentário