sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Banca: Estão a acabar-se os super-prémios para os banqueiros

O banco de investimento Goldman Sachs, o mais poderoso de Wall Street, anunciou quinta-feira que os seus dirigentes não vão receber prémios em dinheiro este ano, numa altura em que se discutem as remunerações da banca.

Em vez dos tradicionais pagamentos por cheque indexados ao desempenho do banco e dos diferentes serviços pelos quais estejam responsáveis, os 30 principais dirigentes da Goldman Sachs vão receber acções, ficando proibidos de as liquidarem antes de cinco anos cumpridos.

Os prémios representam "a maior parte" da remuneração dos seus dirigentes, afirmou o banco, em comunicado, sem, no entanto, precisar o montante em causa.

O banco apenas torna públicos os salários anuais de cinco dos seus principais dirigentes.

O banco estabeleceu ainda um mecanismo que vai permitir retirar estas acções aos seus beneficiários "se um funcionário tenha participado em análises de risco claramente insuficientes ou não assinalar vigorosamente determinados riscos" tomados.

"Acreditamos que a nossa política de remuneração é a mais forte do sector e permite que a remuneração reflicta bem o desempenho do estabelecimento, encorajando comportamentos que são do interesse público e dos nossos accionistas", afirmou Lloyd Blankfein, director-geral do banco, citado no comunicado.

Alemanha, França e Reino Unido optam por taxar bónus de banqueiros

Também na quinta-feira, a chanceler alemã Ângela Merkel tinha acolhido favoravelmente a proposta franco-britânica de taxar de forma excepcional os bónus dos banqueiros, considerando-a uma boa ideia.

De acordo com a chanceler alemã, a ideia de introduzir, a título excepcional, um imposto sobre os bónus dos banqueiros é muito boa e poderá ter um efeito pedagógico.

A chefe do governo alemão lembrou que os contribuintes não devem suportar sozinhos as consequências da crise económica, mas “os banqueiros e os seus empregados também”.

Numa conferência conjunta realizada quinta-feira no Wall Street Journal, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown e o presidente francês Nicolas Sarkozy avançaram com a hipótese de criarem “um imposto excepcional” sobre os bónus dos banqueiros, uma vez que estes “são, em parte, o resultado dos apoios estatais dados ao sistema bancário”.

De acordo com a imprensa francesa, a França vai taxar a 50% os bónus superiores a 27 mil euros.

A margem de manobra da Alemanha deverá ser menor, uma vez que Merkel governa em coligação com os liberais do FDP, tradicionais defensores dos meios empresariais e de negócios e pouco inclinados à criação de novas taxas ou impostos.

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