quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Luxemburgo: Construção vai ter cursos de formação em português

O ministro do Trabalho, Nicolas Schmit, reiterou o apoio do seu Ministério à proposta da OGB-L que desde há dois anos defende que sejam ministrados cursos de formação profissional em língua portuguesa sobretudo aos trabalhadores oriundos do sector da construção que devido à baixa qualificação e ao não domínio das línguas oficiais do país engrossam o número de desempregados inscritos na Administração do Emprego (ADEM).

Consciente de que "a cise económica se está a transformar numa crise do desemprego", Nicolas Schmit alertou, na quinta-feira na mesa redonda organizada pelo Comité de Ligação das Associações Estrangeiras (CLAE) sobre "O acesso ao emprego dos imigrantes", que os portugueses juntamente com os cidadãos oriundos dos países da ex-Jugoslávia constituem a maioria do número de desempregados, em grande parte devido à sua baixa qualificação. "Cerca de um terço dos desempregados no Luxemburgo são portugueses", sublinha Schmit, lembrando que "a maioria veio trabalhar para sectores que exigiam pouca qualificação, nomeadamente o da construção civil".

"Quando este sector está em crise, os trabalhadores deparam-se com sérias dificuldades em encontrar outro tipo de emprego", explica o ministro do Trabalho, acrescentando que "as profissões do sector da construção são muito exigentes que com o passar do tempo debilitam a saúde dos operários".

Assim, o actual Instituto de Formação do Sector da Construção (IFB, na sigla em francês) de Bettembourg irá propor cursos ao pessoal da construção, sector, que segundo Nicolas Schmit, "é a 90 % dominado por não luxemburgueses".

Entretanto, em comunicado enviado na segunda-feira à redacção do CONTACTO (ver pág. 4), Eduardo Dias, conselheiro das Comunidades Portuguesas pelo Luxemburgo e secretário sindical da OGB-L, denuncia que a proposta do sindicato de esquerda "com vista à formação dos desempregados portugueses, tem mais de dois anos e só não foi posta em prática por total falta de vontade do Instituto do Emprego e Formação Profissional de Portugal (IEFP) que há mais de ano e meio não responde a qualquer tipo de contacto ou correspondência".

Importa lembrar que a OGB-L discutiu há dois anos a proposta com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga e o IEFP, que deveria fornecer os formadores.

Além disso, Carlos Gonçalves, deputado social-democrata eleito pelo Círculo da Emigração (PSD), também comprometera-se, num encontro com a OGB-L no Luxemburgo em Junho passado, a propor ao Governo português o plano de formação profissional avançado pelo sindicato.

Nuno Costa
Foto: Marc Wilwert

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