A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, pela primeira vez, a utilização por mães seropositivas dos medicamentos antirretrovirais durante a amamentação para evitar a transmissão do vírus.
A propósito do Dia Mundial Contra a Sida, que se celebra esta terça-feira, a OMS lançou várias recomendações com base nos mais recentes estudos científicos sobre a doença.
A organização aconselha também a iniciação mais cedo da terapia antirrectroviral em adolescentes e adultos e a entrega a mais doentes dos medicamentos antirretrovirais.
Os medicamentos antirretrovirais impedem a multiplicação do VIH no organismo, em várias etapas de sua reprodução. A combinação de químicos evita o enfraquecimento do sistema imunológico e reduze o aparecimento de infecções por doenças oportunistas (aquelas que se aproveitam de um sistema de defesa debilitado para atacar).
Pela primeira vez, a OMS recomenda que as mães infectadas com o vírus da Sida tomem os antirretrovirais enquanto amamentam para prevenir a transmissão do vírus aos seus bébés.
Estudos recentes defendem que a utilização dos antirretrovirais pela mãe ou pelo bebé até aos 12 meses de amamentação reduz o risco de transmissão e aumenta as hipóteses de sobrevivência dos bébes.
Segundo a OMS, se estas novas recomendações forem seguidas, é previsível haver uma redução de cinco por cento na taxa de transmissão mãe-filho, aumentando por consequência a taxa de sobrevivência das crianças.
"Agora recomendamos e incentivamos a amamentação, mesmo das mães contaminadas com o vírus VIH, e defendemos a utilização por estas de antirretrovirais", explicou Daisy Mafubelu, uma responsável da área da família da OMS.
Se o consumo destes químicos começar mais cedo, o sistema imunitário fica mais forte e reduzem-se os riscos de doença e morte relacionadas com o VIH.
Outro dos desafios lançados pela OMS passa por encorajar as pessoas a receberem tratamento mais cedo e fazerem os testes da SIDA também mais precocemente, antes mesmo de sentirem os sintomas.
Por norma, as pessoas infectadas com o vírus esperam muito tempo até receber tratamento.
Estima-se que cerca de 33,4 milhões de pessoas estejam actualmente infectadas com o VIH. Este ano foram infectadas 2,5 milhões de pessoas, tendo morrido 2,1 milhões.
Globalmente, o VIH/SIDA é a maior causa de morte entre as jovens mulheres em idade reprodutiva.
Outra das recomendações passa pelo abandono da utilização do medicamento Stavudine (d4T), devido aos seus efeitos secundários irreversíveis.
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