A independência da Catalunha em relação a Espanha foi defendida pela quase totalidade dos eleitores (94,71 por cento) que votaram domingo em 166 municípios daquela região espanhol numa consulta não vinculativa, divulgou a Coordenadora Nacional.
Dados que, segundo a Coordenadora Nacional das consultas justificam que o parlamento regional convoque um “referendo vinculativo” sobre o tema para 25 de Abril próximo.
Os resultados foram divulgados ao final da noite de domingo pela Coordenadora Nacional que confirmou terem participado cerca de 30% dos 700 mil eleitores que podiam votar nos locais onde foi realizada a consulta.
O ‘sim’ obteve 94,71% dos votos e o ‘não’ 3,53%, tendo-se registado 1,76% de votos em branco e 0,34% de votos nulos.
Carlos Mora, presidente da autarquia de Arenys de Munt (onde uma consulta idêntica tinha sido realizada em Setembro) disse aos jornalistas que os resultados, com 92,17% dos votos escrutinados, confirmam “claramente” a vontade dos eleitores.
Um apoio, afirmou, que justifica que a Coordenadora Nacional - plataforma da sociedade civil que promoveu as consultas - apresente já esta segunda-feira uma petição ao parlamento para um referendo vinculativo.
Essa “Iniciativa Legislativa Popular” teria como objectivo a convocatória para um referendo de auto-determinação, vinculativo e em toda a Catalunha, a realizar no próximo 25 de Abril de 2010.
Além da sociedade civil, as consultas contaram com o apoio formal de cinco partidos catalães (CDC, ERC, ICV, CUP e Reagrupament).
A cada um dos eleitores foi perguntado se “está de acordo que a nação catalã se converta num Estado de Direito independente, democrático e social integrado na União Europeia”.
Os votos ocorrem numa altura em que o futuro da Catalunha permanece suspenso de uma decisão do Tribunal Constitucional sobre um recurso apresentado pelo PP ao estatuto da Catalunha, a lei que governa a autonomia e o seu relacionamento com o Estado.
Ainda não há data para divulgação desta decisão do TC mas alguns observadores sugerem que o tribunal pode declarar parte do Estatuto como inconstitucional o que, a ocorrer, poderia provocar uma convulsão governativa na região.
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