O presidente do PS criticou domingo a ”excessiva crispação” na vida política e demarcou-se da perspectiva do chefe de Estado sobre analogias entre as condições de governabilidade do executivo minoritário PSD (em 1985) e o actual.
“Há uma crispação excessiva. Não me lembro de ter havido uma crispação a nível parlamentar e fora do Parlamento tão grande como esta”, declarou Almeida Santos, que esteve presente numa sessão com militantes socialista da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) no Parque das Nações.
O presidente do PS contrapôs que “as dificuldades não se resolvem com crispação ou com excessos verbais”.
“É preciso que volte tudo à normalidade – e eu espero que volte”, afirmou, antes de concordar com a “razoabilidade” das palavras do dirigente socialista António Vitorino no sentido de o Presidente da República ter uma intervenção preventiva, de forma a evitar uma crise política.
“Ele não disse que estranhava que o Presidente da República ainda não tivesse tomado uma atitude, mas, sim, que se caminha para um momento em que o Presidente terá de tomar uma atitude. E a verdade é que o senhor Presidente já a tomou, pois já veio fazer declarações públicas que não tinha feito antes”, observou Almeida Santos.
Interrogado sobre a posição de Cavaco Silva, segundo a qual as condições de governabililidade actualmente existente são semelhantes às do seu executivo (em 1985) e às dos de António Guterres (1995/2001), Almeida Santos demarcou-se dessa tese do chefe de Estado.
“As situações não são paralelas. Nunca há duas situações completamente paralelas e, portanto, não vale a pena dizer: eu fiz o que outros não estão a fazer”, comentou o presidente do PS.
Segundo Almeida Santos, o Presidente da República “exagerou um pouco no paralelismo”.
“Há sempre algum paralelismo, porque foram dois governos minoritários. Mas não há tanto paralelismo como ele [Cavaco Silva] pressupôs. Este Governo tem pela frente uma crise mundial”, sustentou Almeida Santos.
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