O ex-presidente da República, Mário Soares manifestou-se, terça-feira, em Braga, convicto de que "ninguém vai atrever-se a deitar o Governo baixo pouco depois das eleições legislativas".
Em declarações aos jornalistas, Mário Soares sublinhou que "o Governo não quer cair, quer cumprir a sua missão e os partidos da oposição não têm interesse nisso porque seriam castigados".
"Ninguém quer que isso aconteça", frisou, dizendo que "talvez interesse aos jornalistas e aos seus chefes".
Questionado sobre a existência de um clima de crispação na vida política nacional, Soares contrariou a ideia dizendo que "não há nenhuma crispação", que esta é "artificial", e lembrando que o afirma porque tem "alguma experiência de vida e da política".
"A crispação acaba por si, pelo bom senso, e eu acredito no bom senso", acentuou, lamentando que, "algumas vezes as pessoas nem sempre tenham tido esse bom senso".
Mário Soares, que se recusou a entrar em detalhes sob o tema para não contribuir para a "fogueira", assinalou que ainda "não se ouviu ninguém dizer que ia deitar o governo abaixo, antes pelo contrário".
"A crispação política actual é muito artificial", reafirmou, dizendo que não ouviu as declarações do Presidente da República, Cavaco Silva e de António Vitorino, porque tem andado "a fazer várias coisas".
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