sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Família grã-ducal adere definitivamente às revistas cor-de-rosa: grã-duquesa Maria Teresa dá entrevista à revista Paris Match-Belgique

A Grã-Duquesa Maria Teresa concedeu uma entrevista à edição belga da revista people "Paris Match", datada de 7 de Janeiro.

É comum as cabeças coroadas europeias apareceram na imprensa cor-de-rosa. Mas no caso do Luxemburgo é precisamente o contrário: é amplamente conhecida a discrição e a recusa da família real luxemburguesa de se ver retratada neste tipo de publicações, embora as solicitações sejam muitas, já que outro facto sobejamente conhecido é que esta é uma das mais famílias reais mais ricas do mundo no que se refere à monarquia tradicional.

Mas a tradição parece mesmo estar a mudar na corte grã-ducal. É que a edição de hoje da revista Paris Match-Belgique não só dedica a primeira página à grã-duquesa Maria Teresa, que aparece com um look muito glamour, além de oito páginas interiores, entre as quais uma página dupla com uma grande foto dos soberanos com os seus cinco filhos, como anuncia em manchete que a partir desta semana aquela edição vai dedicar mais páginas ao Luxemburgo, à corte grã-ducal e ao jet-set nacional.

Até à ascensão ao trono dos grãos duques Henri e Maria Teresa no ano 2000 eram raras as aparições ou menções à família real luxemburguesa nas revistas ditas "socialites" ou mesmo na imprensa estrangeira. A população luxemburguesa, na sua maioria conservadora e discreta, via assim nos seus soberanos um retrato fiel do povo e respeitava esse recato. Essa renúncia aos holofotes internacionais era proporcionalmente inversa à proximidade dos soberanos como os seus súbditos, que nas suas aparições públicas não hesitavam em abdicar de guarda-costas e confraternizar com a população. Era o tempo do reinado da grã-duquesa Charlotte e do príncipe Félix (reinado de 1919-1964), e posteriormente do seu filho, o grão-duque Jean, e da sua esposa, Joséphine-Charlotte (reinado 1964-2000).

Mas desde que o grão-duque Henri subiu ao trono, no ano 2000, com a sua esposa Maria Teresa - de origem cubana (Maria Teresa Mestre y Batista, de seu nome de baptismo), com quem casou em 1981, - o protocolo rigido que sempre se fez sentir na corte grã-ducal tem vindo a aligeirar-se de ano para ano e alguns artigos e fotos chegaram a sair muito parcimoniosamente na imprensa cor-de-rosa europeia.

As únicas outras vezes que a família grã-ducal foi notícia na imprensa europeia deram-se quando se tornou público que o terceiro filho dos soberanos, o príncipe Louis, na altura com 19 anos, tinha engravidado em 2005 uma "plebeia" cerca de um ano mais velha do que ele. O caso tornou-se ainda mais mediático com um casamento marcado à pressa e a decisão do príncipe de renunciar aos seus direitos na linha de sucessão ao trono.

Depois disso, a família real luxemburguesa foi ainda notícia quando resolveu colocar à venda uma parte de uma floresta nacional e jóias pertencentes à grã-duquesa Joséphine-Charlotte, mãe de Henri e muita querida no coração do povo e que falecera há poucos anos (2005).

Três pequenos escândalos que abalaram a opinião pública mais conservadora do Luxemburgo, quando pelo passado os soberanos do país haviam brilhado internacionalmente pela ausência das colunas sociais. No Grão-Ducado há os que defendem esta abertura da corte ao público, outros lamentam a personalidade demasiado "latina" que a grã-duquesa tem vindo a imprimir à corte luxemburguesa. Alheia a opiniões, a grã-duquesa Maria Teresa tem mostrado ser uma soberana próxima do povo que a acolheu, afável, sempre disponível nas aparições públicas, mas que entende dar um cunho muito próprio ao seu reinado.

A comprovar estas mudanças numa das cortes mais tradicionais e conservadoras da Europa aparece hoje esta semana esta entrevista com a grã-duquesa na revista Paris Match-Belgique com a promessa de a família real luxemburguesa aparecer mais frequentemente nas colunas sociais.

Mudam-se os tempos, mudam-se os reinados... até no Luxemburgo!


Fotos e Texto: José Luís Correia

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