A 31 de Março de 2003, a Polícia Grã-Ducal lançou uma ampla operação antiterrorista por todo o país, fazendo rusgas numa vintena de lares de famílias muçulmanas. Seis anos depois, o Tribunal de Recurso deu razão a quatro famílias que haviam apresentado queixa contra excesso de zelo dos polícias, ordenando uma indemnização de 10 mil euros a cada membro das quatro famílias.
Às 6h30 da manhã do final de mês de Março de 2003, polícias encapuzados arrombaram a porta das habitações de 20 famílias de confissão muçulmana. Os adultos foram imediatamente imobilizados e algemados no chão. Uma mulher chegou mesmo a ser foi algemada enquanto tomava banho, e tudo perante o olhar aterrorizado de crianças. Em Hamm, as forças policiais enganaram-se de andar, amarrando uma família jugoslava inocente.
No rescaldo da operação, apenas um cidadão tunisino foi repatriado.
Quatro famílias apresentaram queixa, tendo a Justiça atestado em 2005 o mau funcionamento dos serviços do Estado e acordado uma indemnização de 10 mil euros a cada elemento das famílias.
O Tribunal de Recurso acaba de confirmar este julgamento, evocando o recurso a meios "de envergadura exagerada", denunciando efectivos insuficientes e inexperientes, bem como a ausência de tratamento diferenciado para com mulheres e crianças.
A Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI) denuncia que até ao momento, as rusgas de 31 de Março de 2003 não deram lugar a nenhuma acusação.
Foto: Guy Wolff
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