Uma igreja foi atacada na sexta-feira à noite com "cocktails molotov" no sul da Malásia, o último acto de vandalismo contra centros cristãos no país depois do parecer judicial que permite aos não muçulmanos utilizar o termo "Alá".
Um templo no Estado de Negeri Sembilan apresentava hoje várias janelas com vidros partidos, ascendendo agora a 11 o número de ataques registados ao longo de quase uma semana, informou hoje a polícia.
Até agora, só um jovem muçulmano foi formalmente acusado de ter instigado os ataques através da Internet, depois de ter afirmado na sua página da rede social Facebook que ia lançar fogo com gasolina a uma igreja.
Se for considerado culpado pelo tribunal, pode ser condenado a uma pena máxima de um ano de prisão.
Na quarta-feira, foi saqueado um escritório de advogados que representa a publicação cristã que defende o direito dos não muçulmanos a utilizarem o termo "Alá".
A crescente tensão religiosa no país já levou o Governo malaio a ameaçar com a aplicação da polémica lei de segurança interna, que permite a detenção por tempo indefinido e sem mandado judicial de suspeitos desde que esteja em perigo a estabilidade da nação.
Na língua malaia só existe o termo "Alá" para um crente se referir a Deus e tem sido usado desde há 14 séculos por muçulmanos, judeus e cristãos.
A polémica teve início em 1995, quando o semanário católico da arquidiocese de Kuala Lumpur, The Herald, publicou artigos nos quais se referia a Deus por "Alá".
Em 2006, o Governo malaio declarou publicamente a intenção de impedir as publicações cristãs em língua malaia de utilizararem a palavra "Alá" para se referir a Deus.
No passado dia 31 de Dezembro, no entanto, o Supremo Tribunal de Justiça da Malásia emitiu um acórdão favorável à utilização do termo "Alá" por não muçulmanos.
Cinco dias mais tarde, grupos de muçulmanos convocaram através da Internet protestos contra tal medida. Foi a partir de dia 08 que começaram os ataques contra alvos cristãos na Malásia.
Sem comentários:
Enviar um comentário