"Terei toda a disponibilidade para ir ao Parlamento", disse Ana Paula Laborinho contactada telefonicamente pela Lusa.
Na semana passada, a presidente do IC, que assumiu recentemente a política de promoção da língua, admitiu que o ensino do português enquanto língua materna pode acabar em alguns países porque o objectivo é a sua integração nos sistemas de ensino no estrangeiro.
Em reacção a estas declarações, o PCP e o CDS-PP pediram à responsável para ir prestar esclarecimentos na Comissão dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, que aprovou a audiência de Ana Paula Laborinho com carácter de urgência.
Entretanto, o PSD enviou um requerimento à Assembleia da República onde questiona o Governo acerca do eventual fim do ensino do Português como língua materna.
Em causa estão declarações de Ana Paula Laborinho que, a 15 de Janeiro, admitiu que “o ensino de português enquanto língua materna pode acabar em alguns países porque o objectivo é a sua integração nos sistemas de ensino no estrangeiro”.
O PCP considerou estas declarações de "extrema gravidade" e considera "imperiosa" e "urgente" a presença da nova titular do Instituto Camões na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.
"(…) Estamos perante declarações de extrema gravidade cujo verdadeiro alcance se impõe esclarecer de imediato", refere o requerimento, assinado pelos deputados José Soeiro e Paula Santos.
Para os comunistas, as comunidades portuguesas "não podem ficar dependentes de estratégias" dos países de acolhimento "muitos dos quais têm como principal objectivo a homogeneização linguística e cultural das minorias".
"Sendo o Instituto Camões a instituição responsável pelo cumprimento do estipulado na Constituição da República no sentido de “assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa”, as declarações atribuídas à Presidente deste Instituto adquirem particular gravidade”.
Segundo o PCP, estas declarações “vão ao arrepio daquilo que deveria ser o pilar estratégico de agregação identitária das comunidades portuguesas e luso-descendentes, ou seja, a promoção e alargamento das escolas portuguesas e o desenvolvimento de uma rede qualificada de ensino de português no mundo".
PSD e CDS-PP criticaram igualmente as declarações da presidente do IC. Os centristas pediram a presença da nova presidente do Instituto Camões no Parlamento para explicar a estratégia e as prioridades do seu mandato, juntando-se ao PCP no pedido de esclarecimentos a Ana Paula Laborinho.
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