Apesar da professora Teresa Paiva desconhecer estudos científicos sobre os efeitos do 3D na saúde humana, defende que “a forte estimulação sensorial pode ter implicações para o sistema nervoso central”. As cefaleias, sensação de “after image” e distúrbios do sono são alguns dos efeitos, exemplifica.
O filme "Avatar", de James Cameron, estreou em Portugal a 17 de Dezembro e nas duas primeiras pessoas foi visto por 410.535 espectadores.
Após a exibição do filme, que é já um sucesso mundial, alguns espectadores descreveram à Lusa sintomas como dores de cabeça, nomeadamente em crianças, e perturbações do sono, devido à persistência no cérebro das imagens tridimensionais.
“Nessa noite senti-me agitada e não consegui dormir porque parecia que o filme continuava a projectar-se na minha cabeça”, disse à Lusa, Lucinda Maria, após a sua primeira experiência com o 3D.
Apesar de o filme "Avatar" estar recomendado para maiores de 12 anos, a espectacularidade das imagens e a temática tem levado ao cinema muitos pais com os seus filhos de poucos anos de idade, o que a Teresa Paiva considerou "disparatado".
A neurologista enumerou alguns casos conhecidos de descargas epilépticas provocadas por jogos de computador e luz strobe, ressalvando que “têm de ser cuidadosamente analisados os eventuais efeitos que a ilusão tridimensional pode desencadear”.
Para além de algum cansaço ocular, o oftalmologista Jorge Breda, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, não antevê que o contacto com o 3D possa provocar lesões oculares, nomeadamente das crianças.
“As implicações que poderão ter é para o sistema nervoso central”, explica o médico do Hospital de S. João, já que a retina transforma as ondas luminosas em impulsos nervosos.
Contactada pela Lusa, fonte da Zon Lusomundo, distribuidora do filme "Avatar", disse não haver registo de queixas de espectadores. Questionada sobre o facto de haver crianças com menos de 12 anos nas salas onde o filme é exibido, a mesma fonte adiantou que cabe aos pais respeitar a idade recomendada. "Não é da nossa responsabilidade o controlo de idades", disse.
As imagens em três dimensões há muito são usadas na ciência, exames médicos, jogos e até ao serviço da educação. A adaptação do 3D ao cinema é recente, mas o sistema promete fazer escola e já estão previstas novas estreias.
O efeito 3D ou visão de relevo é provocada através de óculos de lentes polarizadas que filtram a luz a 90 graus para cada olho, permitindo assim que cada olho veja uma imagem diferente. Dois projectores mostram o filme em simultâneo. Cada imagem do projector é ligeiramente deslocada na tela, simulando a distância entre os nossos olhos. O cérebro funde os dois planos de forma a dar profundidade à imagem.
Mas nem todas as pessoas conseguem ver o 3D, apenas quem tem visão binocular. “Os que sofrem de estrabismo não conseguem ver de todo e alguns amblíopes ou com dificuldade de convergência ocular poderão ter algumas dificuldades”, disse à Lusa a ortoptista Sónia Ferreira, do Hospital de S.José.
Alguns casos podem, no entanto, ser corrigidos com tratamentos de ortóptica, assegurou.
Esta afirmação do post:
ResponderEliminarA neurologista enumerou alguns casos conhecidos de descargas epilépticas provocadas por jogos de computador e luz strobe, ressalvando que “têm de ser cuidadosamente analisados os eventuais efeitos que a ilusão tridimensional pode desencadear”.
deve servir de alerta para os pais, quanto ao perigo de filmes e jogos em 3D, conforme citado neste site.