Codé di Dona, de seu verdadeiro nome Gregório Vaz, foi um dos maiores vultos da história da música popular cabo-verdiana, sendo natural de Chaminé, uma pequena localidade do concelho de São Domingos, na ilha de Santiago, onde nasceu em 1928.
Cantor e compositor, Codé di Dona chegou a ganhar o disco de ouro em Portugal em 1998, com o CD chamado, precisamente, Codé-di-Dona, e actuou nos principais palcos de Cabo Verde mas também andou pela Europa, entre Portugal, França ou Suíça.
O músico gravou o primeiro disco, "Kap Vert" em 1996, fez parte do grupo Simentera e grupos como Bulimundo ou Finaçon (referências na sua música tradicional do interior de Santiago) gravaram músicas suas.
Autor de dezenas de sucessos, Codé di Dona sempre viveu uma vida humilde, no meio das ‘tocatinas’ pródigas por todo o arquipélago, ganhando também o "nominho" de Rei Midas, uma vez que, dizia-se em Cabo Verde, "tudo o que toca vira ouro".
Codé di Dona era o compositor da música "Fomi 47", uma das canções mais emblemáticas de Cabo Verde, relacionada com a fome que assolou as ilhas e que provocou emigração em massa para São Tomé e Angola.
Em entrevista à Lusa em 2009, Codé di Dona lembrava a história que o levou a compô-la.
"Embarquei para São Tomé. O barco avariou e voltei para casa. Era um período de grande seca. Sete anos sem chover e criou uma grande crise. Não havia milho nem feijão. Não havia dinheiro", disse.
O ministro da Cultura, Manuel Veiga, salientou que o tocador de gaita nunca vai ser esquecido.
“Codé di Dona é um trovador que marcou a cultura cabo-verdiana”, afirmou. Por causa disso, segundo Manuel Veiga, em Outubro passado, o Governo homenageou Codé di Dona no Centro Cultural Norberto Tavares, na Assomada, Santa Catarina.
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