O candidato à liderança do Partido Social Democrata (PSD), Paulo Rangel, afastou domingo a hipótese de a sua campanha se fundir com a de Aguiar Branco, considerando haver "mais diferenças entre a sua proposta e as outras do que entre as outras duas".
Os candidatos à liderança do PSD Paulo Rangel e Aguiar-Branco afastaram no domingo a possibilidade de desistirem das suas candidaturas, correspondendo ao apelo a um entendimento feito pelo presidente do Instituto Sá Carneiro, Alexandre Relvas.
Paulo Rangel colocou de lado um recuo na sua candidatura e argumentou que existem "mais diferenças entre a sua proposta e as outras do que entre as outras duas [Aguiar-Branco e Passos Coelho]".
"Enquanto as outras candidaturas estão numa lógica pessoal e de continuidade, a minha está numa lógica de rutura", afirmou, considerando que tal não divide o eleitorado do PSD.
Aguiar-Branco garantiu, por seu turno, numa entrevista na TVI, que vai levar a sua candidatura “até ao fim”, embora concorde com Alexandre Relvas.
Questionado sobre se deveria ser Paulo Rangel a desistir, Aguiar-Branco respondeu que essa era a “conclusão” do seu raciocínio.
O líder da bancada parlamentar do PSD afirmou também que “a PT deveria convocar uma assembleia geral extraordinária”, enquanto Rangel defendeu a demissão dos dois administradores da empresa designados pelo Estado.
“A questão está para além desses dois administradores nomeados pelo Governo. O ideal era uma assembleia geral interna, em que se clarificassem internamente todas as questões”, defendeu.
Sobre os desafios lançados por dirigentes do PS como António Costa e Capoulas Santos para que a oposição avance com uma moção de censura ao Governo, Aguiar-Branco considerou que visam “desviar a atenção do essencial, que é o Governo ter de prestar os esclarecimentos necessários”, para “restaurar a confiança no primeiro ministro e no Governo”.
O presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, Alexandre Relvas, apelou no domingo aos candidatos à liderança do PSD Paulo Rangel e José Pedro Aguiar-Branco para que ultrapassem eventuais divergências e se juntem numa única candidatura.
“Apoio a candidatura de José Pedro Aguiar-Branco, mas neste momento não posso deixar de apelar para que quer ele, quer Paulo Rangel estejam à altura do momento histórico que vivemos, colocando o interesse nacional acima dos interesses pessoais e consigam um entendimento que permita ao PSD apresentar-se ao país unido, com um líder forte e com a credibilidade necessária para ser uma alternativa de esperança”, declarou Alexandre Relvas à agência Lusa.
O ex-secretário de Estado do Turismo e ex-diretor da campanha presidencial de Cavaco Silva argumentou que “seguramente não há diferenças significativas entre os respetivos programas”.
“Ninguém perceberá - os militantes do PSD e os portugueses - que, num momento em que é fundamental para o país um PSD unido”, Rangel e Aguiar-Branco “não consigam ultrapassar eventuais divergências, estabelecendo um acordo que será inquestionavelmente uma prova do valor que atribuem ao interesse público”, considerou o empresário.
“É decisivo que o próximo líder do PSD tenha capacidade para ser primeiro ministro e para apresentar um programa político que renove a esperança”, acrescentou o conselheiro nacional social democrata.
No entender de Alexandre Relvas, “quer José Pedro Aguiar-Branco, quer Paulo Rangel correspondem a esse perfil”, e por isso apelou ao eurodeputado e ao líder parlamentar do PSD “para que unam esforços para apresentarem um programa conjunto e uma candidatura única”.
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