quinta-feira, 11 de março de 2010

Luxemburgo: Banco Biológico permite investigação de ponta

A equipa do Banco Biológico organiza um movimento de amostras vindas do Hospital ou do bloco operatório. Cada amostra dispõe de informações tais como o sexo ou a doença de que sofria o dador
Foto: Anouk Antony


O Luxemburgo já tem um banco biológico. Inaugurado no final de Fevereiro na capital, contou com a presença do príncipe Guillaume, herdeiro do Grão-Duque, e ainda com os ministros luxemburgueses da Saúde, da Economia e da Investigação. Uma cerimónia com pompa e circunstância para inaugurarem as instalações do IBBL (Integrated Biobank of Luxembourg), que tem por missão recolher, guardar e colocar à disposição dos investigadores amostras de sangue e tecidos sobretudo de origem cancerosa.

O IBBL, ou Banco Biológico, foi criado há dois anos em três centros de investigação pública (Santé, Gabriel Lippmann e Henri Tudor) em colaboração com a Universidade do Luxemburgo.

O presidente do IBBL, Jean-Claude Schmit, sublinhouo que o facto destas “quatro organizações públicas trabalharem estritamente em conjunto é já qualquer coisa de excepcional no Grão-Ducado”.

O Banco Biológico do Luxemburgo tem três características essenciais, declara o presidente do IBBL: “em primeiro lugar, estamos convencidos que a qualidade das amostras é muito importante, por isso temos muito cuidado com o seu armazenamento, uma vez que a qualidade dos resultados de investigação depende da qualidade das amostras. Depois, temos regras muito restritas em termos da ética e da protecção dos dados que é essencial na nossa sociedade. Finalmente, pautamos claramente a nossa actuação tendo em conta os nossos parceiros, nomeadamente europeus.”

O Banco Biológico foi instalado em Outubro de 2009 em centros dispersos próximos do Centro Hospitalar do Luxemburgo (CHL), com o qual este colabora activamente na recolha de amostras. “Estamos numa fase de investimento”, explica Damien Aps, director financeiro. “Depois dos locais, trataremos de investir no equipamento e depois no recrutamento de novos colaboradores. A equipa do IBBL que actualmente é composta por doze pessoas, deverá contar com um efectivo de 50 pessoas daqui a cinco anos.”

Estas pessoas trabalharão, de acordo com Dominic Allen, director operacional do Banco Biológico, naquilo que ele designa por “livraria de amostras humanas”. O banco biológico organiza um movimento de amostras vindas da clínica ou do bloco operatório. Dominic Allen esclarece que para cada amostra, o banco biológico dispõe de informações tais como o sexo ou a doença de que sofria o dador.

A partir do momento em que a amostra entra no Banco Biológico, é possível utilizar três temperaturas de armazenamento: a temperatura ambiente, uma temperatura de -80 graus e uma temperatura bastante baixa que pode variar entre -180 e -190 graus obtidos no azoto líquido.

Depois, uma vez que a amostra esteja pronta para ser enviada ao investigador que a solicitou, o IBBL deve poder dar todas as indicações relativas ao armazenamento da amostra solicitada.

Com o Banco Biológico acabou o tempo em que o especialista esperava à porta do bloco operatório para recuperar uma amostra de tecido humano que transportava em condições algumas vezes difíceis. O Banco Biológico vem, pois, profissionalizar o serviço de amostras.

É dado pois um passo em frente para a investigação e as técnicas de ponta.

Cristina Campos

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