O Ministério da Educação não pára. Numa semana, a ministra da Educação apresentou duas reformas estruturais: a do Ensino Secundário e a do Ensino Profissional.
Depois da reforma do Ensino Fundamental (escola primária) ter entrado em vigor no início deste ano lectivo, o Governo aposta agora na escola dos mais velhos. O novo Ensino Profissional entra já em vigor em Setembro. A reforma do Secundário está prevista para o ano lectivo de 2013/2014.
Como até aqui, depois de concluído o ensino fundamental, continuará a haver o chamado liceu clássico e o liceu técnico. O liceu clássico vai continuar essencialmente a preparar o aluno para o ensino superior, enquanto que o liceu técnico se destina à inserção do estudante na vida profissional, embora também dê acesso a estudos superiores.
"O nosso mundo muda cada vez mais depressa, tanto a nível social como a nível tecnológico e económico. É preciso preparar os estudantes de liceu face às universidades que exigem uma larga cultura geral, autonomia, uma capacidade de síntese e um espírito crítico. Além disso, também a vida profissional precisa de competências cada vez mais complexas", explicava a ministra da Educação, Mady Delvaux-Stehres (na foto), na semana passada, no liceu Athenée, na capital.
Seis áreas de acção
Os responsáveis do projecto de reforma elaboraram um documento de orientação declinado em seis campos de acção: preparação para a vida de estudante e vida profissional, cultura geral, percurso de especialização, línguas, matemática.
No ensino secundário (ES), no 3o ano (3e), acabam as actuais sete secções, dando lugar a apenas duas, sendo uma direccionada para as línguas e ciências humanas e outra para as ciências e matemática. Importa referir que nas turmas do 2o e 1o ano (2e e 1re, os últimos anos do secundário clássico), o inglês passa a ser língua obrigatória.
Por sua vez, no ensino secundário técnico (EST) os alunos terão de escolher a partir do 10o (10e) entre três áreas, nomeadamente área artística, área do comércio e comunicação, e área das ciências e tecnologias. A partir do 12o e 13o, haverá seis áreas de especialização: artística, comunicação, comércio, ciências aplicadas, informática e ciências/engenharia. O inglês também será obrigatório do 11o ao 13o (do 11e ao13e).
A obrigatoriedade da aprendizagem do inglês pretende responder às exigências do mercado de trabalho e do meio académico, refere a ministra. No final do 2o ano (2e) do ES e do 12o (12e) do EST, os alunos terão de apresentar um trabalho individual ("travail d'envergure") perante um comissão na língua da sua preferência (francês, alemão ou inglês).
Em Outono do ano passado, os responsáveis do projecto de reforma organizaram cinco reuniões regionais com mais de 250 professores para em conjunto analisar os prós e contras do actual sistema. Também as associações de estudantes foram ouvidas sobre a eficácia da escola luxemburguesa na preparação para o ensino superior. Mady Delvaux-Stehres sublinhou ainda que um terço dos estudantes universitários não conclui os seus estudos e outro terço muda de curso a partir do segundo ano.
A ministra da Educação prevê entregar o projecto-lei da reforma do ES e do EST na Câmara dos Deputados em 2012, de modo a que entre em vigor no ano lectivo de 2013/2014.
Nuno Costa
Foto: Marc Wilwert
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