Nicolas Schmit confirmou na terça-feira a expulsão de cinco requerentes de asilo para a Nigéria, detidos há mais de um mês no Centro de Retenção de Schrassig.
Recentemente, os Jovens da Esquerda ("Jonk Lénk") e várias organizações como a Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI) têm vindo a chamar a atenção para o caso de cinco nigerianos que procuram obter asilo no Luxemburgo.
Estes últimos enderaçaram uma carta ao ministro da Imigração Nicolas Schmit explicando que as suas origens colocariam a sua vida em perigo em caso de regresso forçado.
A 31 de Março quando a "Jonk Lénk" organizou um piquete frente à prisão de Schrassig para protestar contra a expulsão anunciada dos cinco requerentes de asilo, o deputado ecologista Felix Braz questionou o ministro da Imigração sobre o caso. Num questão parlamentar, o deputado quis saber quais as razões que justificam as expulsões numa altura em que "ocorreram novas vagas de violência assassina na região".
Entretanto, o ministro prometeu reexaminar os cinco dossiês, mas ontem confirmou que "o estatuto de refugiado lhes foi recusado".
"É de notar que as regiões de origem destas pessoas são os Estados de Oyo, de Osun State de Abia e que o regresso será feito para o Lagos. Estas regiões, que se situam respectivamente a Sul e a Sudoeste da Nigéria, ficam cada uma a centenas de quilómetros do Estado de Plateau onde aconteceram os recentes episódios de violência mortífera", responde Nicolas Schmit.
"Os pedidos de asilo foram examinados individualmente, tendo-se concluído que os cincos nigerianos não são originários da região em questão nem são perseguidas no seu país por causa da sua raça, da sua religião ou das suas opiniões políticas", explica o ministro da Imigração.
Os cinco nigerianos estão assim "susceptíveis de serem objecto dum regresso acompanhado", confirma, assegurando que a evolução da situação da Nigéria "será seguida de perto, tendo em conta a segurança das pessoas".
Na Nigéria, o conflito religioso que opõe muçulmanos do Norte e cristãos animistas do Sul fez pelo menos 500 mortos no início do mês passado, e mais treze há cerca de uma semana. O massacre que vitimou meio milhar de pessoas deu-se contra três aldeias da etnia cristã berom, a sul de Jos, no centro da Nigéria, por pastores da etnia muçulmana fulani, segundo organizações internacionais.
A região é palco frequente de violência nos últimos meses. Em Janeiro, mais de 300 pessoas foram mortas em confrontos entre cristãos e muçulmanos.
Foto: Marc Wilwert
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