Hoje, assinala-se o Dia Mundial da Imprensa, instaurado pelas Nações Unidas em Dezembro de 1993, para relembrar ao mundo quão importante é proteger um dos direitos fundamentais da pessoa, a liberdade de expressão.
Relembramos que em Maio do ano passado, a redacção do jornal CONTACTO foi alvo de buscas pela Polícia, que apreendeu um bloco de notas de um dos seus jornalistas e um CD contendo ficheiros informáticos. A apreensão indignou os Repórteres sem Fronteiras, a Federação Europeia de Jornalistas e o Conselho de Imprensa do Luxemburgo, que consideraram as buscas "chocantes", "abusivas" e "ilegais".
No portal da UNESCO, pode ler-se que "ao longo dos últimos dez anos, assistimos a uma escalada dramática da violência para com os jornalistas, profissionais dos media e pessoal associado. Em muitos países do mundo, os profissionais dos media são perseguidos, agredidos, presos e mesmo assassinados. Segundo as organizações profissionais, 2006 foi o ano mais mortífero, com mais de 150 profissionais dos media mortos. Centenas foram capturados, ameaçados ou agredidos devido à sua profissão. Nunca foi tão perigoso ser jornalista.
Sabemos que as zonas de conflito – e as zonas de pós-conflito – são particularmente perigosas para os jornalistas. O Iraque, onde 69 profissionais dos media foram mortos no ano passado, é disto a pior ilustração. Mais de 170 profissionais dos media, a maioria jornalistas locais, foram aí assassinados desde o início do conflito em 2003. É a primeira vez na história que são assassinados tantos jornalistas.
Aqueles que arriscam a vida para comunicar informações independentes e viáveis merecem a nossa admiração, o nosso respeito e o nosso apoio. Sabem melhor que ninguém que os media muito contribuem para os processos de responsabilização, de reconstrução e de reconciliação. De facto, o aumento da violência para com os jornalistas é um testemunho eloquente, embora trágico, da importância dos media para as democracias modernas.
A questão da segurança dos jornalistas diz-nos respeito a todos: cada agressão contra um jornalista constitui um ataque contra as nossas liberdades mais fundamentais. É indispensável um mínimo de segurança para poder gozar da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão.
Por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, devemos empenhar-nos em intensificar os nossos esforços para garantir a segurança dos jornalistas. Convido, em particular, todos os governos e os poderes públicos a porem fim à cultura de impunidade generalizada que forma o pano de fundo dos actos de violência perpetrados contra os jornalistas. Cabe às autoridades zelar para que os crimes contra os profissionais dos media sejam objecto de um inquérito e de procedimentos penais.
Este dia representa também a ocasião para avaliar os progressos realizados em matéria de protecção da liberdade de imprensa. A UNESCO congratula-se com a recente resolução das Nações Unidas que condena os ataques perpetrados contra jornalistas, em período de conflito. Esta resolução representa uma vitória na campanha contra a impunidade e para aqueles que estão empenhados na protecção da independência e dos direitos dos trabalhadores dos media. Temos que aproveitar este momento para instaurar uma cultura da segurança no sector dos media. "
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