quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de junho: Sócrates discorda de Cavaco Silva sobre "situação insustentável" de Portugal

O primeiro ministro, José Sócrates, recusou hoje a ideia de que Portugal chegou a uma “situação insustentável”, uma expressão utilizada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, no seu discurso do Dia de Portugal, em Faro.

Cavaco Silva declarou esta manhã, durante a sessão solene do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, que Portugal chegou a “uma situação insustentável” e que pela frente haverá “grandes trabalhos, enormes tarefas, inevitáveis sacrifícios”.

Minutos depois, à margem do final da sessão solene, José Sócrates, em declarações aos jornalistas, recusou a classificação de Portugal viver uma “situação insustentável” e afirmou que Portugal estava sim numa “situação de dificuldade”.

“Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável. Pela frente temos grandes trabalhos, enormes tarefas, inevitáveis sacrifícios”, disse Cavaco Silva.

José Sócrates, por seu lado, declarou que “estamos numa situação de dificuldade, como estão todos os países europeus, mas não estamos numa situação insustentável”.

Para José Sócrates, o discurso do Presidente da República na sessão solene do Dia de Portugal foi de apelo à unidade e coesão social dos portugueses, nomeadamente entre trabalhadores e empregadores.

“O Presidente da República quis sublinhar a unidade num dia em que se celebram os valores da nossa pátria e o Presidente apelou à unidade, em particular o aspeto do entendimento social entre trabalhadores e empregadores”, referiu.

Sócrates disse que as medidas de austeridade aprovadas são justas e que todos os países da Europa o estão a fazer para dar confiança aos mercados internacionais.

“Há grupos sociais que pagam mais e fazem um maior esforço e há grupos sociais que pagam menos que fazem menos esforço. Eu acho que era disto que o Presidente estava a falar e é isto que dá a unidade dos portugueses e a justa distribuição”.

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