quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Luxemburgo: "Aumentos salariais estão fora de questão", diz patronato

"São necessárias reformas profundas", diz a União das Empresas Luxemburguesas (UEL) na sua análise anual da situação económica do país.

O patronato luxemburguês, no seu "Anuário da Competitividade 2010", denuncia a "derrapagem" dos custos salariais e deixa muito claro que manterá as suas posições na próxima reunião tripartida (Governo, sindicatos e empregadores) dentro de algumas semanas. Este "Anuário da Competitividade 2010" tem por objectivo, segundo a UEL, relançar o debate da competitividade no Luxemburgo.

Para isso, a UEL escolheu 22 indicadores e comparou-os com os países vizinhos. Por exemplo, os custos salariais unitários (que representam o custo do trabalho por unidade de mais-valia produzida) aumentaram em 33,4 % no Luxemburgo, contra 22,9 % na Bélgica, 20,8 % em França e, sobretudo, apenas 8% na Alemanha. "Derrapamos em termos de custos salariais unitários", lamenta Nicolas Soisson, da UEL, prosseguindo: "Apesar da Tripartida de 2006, a evolução salarial foi tudo menos moderada nestes últimos anos".

O anuário revela ainda que as transferências sociais (pensões, segurança social, etc.) são de longe mais elevadas no Luxemburgo do que nos países vizinhos.

Seja como for, a UEL chega a uma conclusão: o Luxemburgo necessita de reformas profundas, porque, se a política não mudar, vai ser preciso alcançar pelo menos 6 % de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por ano para restabelecer o equilíbrio das finanças públicas e 5 % para restabelecer o equilíbrio financeiro da segurança social. Ora, antes da crise, a média luxemburguesa era de 4 %. Assim, a UEL defende que as pensões, a segurança social e as prestações sociais devem ser reformadas, ou seja, custar menos, mas sem que isso implique um aumento das cotizações ou dos impostos para as empresas.

Quanto aos salários, está fora de questão que continuem a aumentar. É por isso que a UEL defende a uma moratória da indexação automática.

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