O número de mortos na sequência dos tumultos que se registam em Maputo e na Matola subiu nas últimas 24 horas para dez e o de feridos para 443, informou hoje o ministro da Saúde moçambicano, Ivo Garrido.
“Nas últimas 24 horas, entre as 07:00 horas de ontem (quinta feira) e as 07:00 horas de hoje, confirmar que se registaram três óbitos diretamente ligados aos tumultos, o que eleva o total de óbitos a dez, e deram entrada nas unidades sanitárias do Grande Maputo 149 cidadãos”, disse Ivo Garrido.
“Das 07:00 horas de hoje até às 14:00 deram entrada mais seis feridos”, acrescentou o ministro.
Antes do balanço de hoje, o total de feridos estava contabilizado em 288, segundo dados das autoridades moçambicanas.
De acordo com o titular da pasta da Saúde moçambicano, dos 149 cidadãos recebidos nas unidades sanitárias do Grande Maputo, entre as 07:00 de quinta feira e as 07:00 de hoje, “27 ficaram internados e os outros naturalmente tiveram alta”.
“Durante o dia de hoje, entre as 07:00 e as 14:00, não houve qualquer óbito e deram entrada apenas seis pessoas. Se compararmos entre ontem e hoje há uma tendência muito clara de redução, sobretudo em relação às entradas”, afirmou o ministro da Saúde moçambicano.
Questionado sobre as causas dos ferimentos, Ivo Garrido apontou as armas de fogo, armas brancas, agressões e gás lacrimogéneo.
“Há ferimentos por arma de fogo, há ferimentos por arma branca e ferimentos por agressão. Há uma ou outra pessoa que se vem queixar de gás lacrimogéneo”, enfatizou.
Sobre o tipo de balas usadas pela polícia, Ivo Garrido foi lacónico, escusando-se no dever dos profissionais da Saúde de prestar assistência a todos os doentes, independentemente das causas.
“Nós somos profissionais de saúde, nós tratamos pessoas, não é função do trabalhador de saúde dizer tantos por cento feridos por bala de borracha, isso é um problema vosso (jornalistas) se ficar ferido com bala de borracha, nós vamos tratar”, sublinhou o dirigente.
As forças de defesa e segurança moçambicanas têm sido acusadas de recorrer a balas reais e não a balas de borracha, como é comum noutros países nos confrontos com civis.
A situação está hoje calma na capital moçambicana, mas registaram-se protestos e confrontos no Chimoio, província de Manica, com registo de pelo menos seis feridos, de acordo com fontes hospitalares.
A população está a protestar contra os aumentos dos preços de bens essenciais.
Foto: Lusa
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