As populações estão a usar recursos naturais equivalentes a um planeta e meio, com um consumo "excessivo" e elevadas emissões de dióxido de carbono, e a maior pegada ecológica regista-se nos países com maiores rendimentos, anunciou hoje a WWF.
A organização de conservação da natureza divulgou hoje o seu relatório "Planeta Vivo 2010" sobre a situação do planeta onde conclui que "a procura humana de recursos naturais está a atingir níveis nunca vistos, rondando os 50 por cento acima do que a terra pode oferecer".
A pegada ecológica, um indicador que avalia a utilização da natureza pelas populações, mostra que a "pressão sobre os recursos naturais duplicou desde 1966 e estamos a usar o equivalente a 1,5 planetas para suportar as nossas atividades".
A manter-se esta tendência, com as populações a viverem "para além dos limites da terra, em 2030 precisaremos do equivalente à capacidade produtiva de dois planetas para satisfazer a nossa pressão anual sobre os recursos naturais", defende a WWF.
"O relatório mostra que, se este ritmo de consumo continuar, caminharemos para um ponto de não retorno,” afirma o diretor geral da WWF Internacional, Jim Leape, citado num comunicado, acrescentando que “seriam necessários 4,5 planetas para suportar a vida da população global, se considerarmos a média de consumo de uma pessoa que viva nos EUA ou na União Europeia".
Jim Leape salienta que “a taxa de perda de biodiversidade é alarmante, principalmente nos países tropicais, ao mesmo tempo que o mundo desenvolvido vive num falso paraíso, alimentado por um consumo excessivo e altas emissões de carbono”.
A WWF revela ainda que a pegada de carbono (relacionada com as emissões de dióxido de carbono) aumentou cerca de 11 vezes nas últimas cinco décadas, ou seja, atualmente as emissões de carbono representam mais de metade da pegada ecológica global.
Entre os 10 países com a maior pegada ecológica por habitante estão Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Bélgica, EUA, Estónia, Canadá, Austrália, ou Irlanda.
O relatório chama a atenção para as soluções necessárias para garantir que o planeta possa continuar a ser o suporte de uma população global que deverá ultrapassar os nove mil milhões de habitantes em 2050.
“Precisamos, de alguma forma, de encontrar um caminho para satisfazer as necessidades de uma população em crescimento com os recursos deste planeta. Todos nós temos que encontrar uma forma de fazer escolhas melhores sobre o que consumimos e como produzimos e usamos a energia", alerta Jim Leape.
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