O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, declarou ontem com firmeza ser contra a indexação automática de salários praticada no Luxemburgo.
"O fim deste sistema impõe-se", insistiu o presidente do BCE, "porque numa zona monetária única, a indexação não é coisa boa. A nossa missão foi de manter a estabilidade dos preços. Nós temo-la desde há onze anos e meio e considero isso uma conquista da Zona Euro. Se abdicarmos dela, teremos um problema", avisou Trichet, em Bruxelas, à saída de uma reunião informal dos ministros das Finanças dos países onde circula a moeda única.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rhen, reconheceu que a questão da competitividade do Luxemburgo é diferente de outros países, nomeadamente Portugal, Espanha ou Irlanda. Contudo, "não devemos subestimar a sua situação a longo prazo, porque as perspectivas são menos optimistas devido ao envelhecimento da população e devido à necessidade de reformar o sistema de pensões, uma vez que os trabalhadores luxemburgueses deixam de trabalhar mais cedo do que nos outros países".
"O sector financeiro é importante para o Grão-Ducado, oferecendo vantagens ao país, mas também tem alguma vulnerabilidade devido ao seu carácter único", acrescentou Olli Rehn.
Foto: Arquivo LW
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