quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Luxemburgo: Grão-Duque Henri subiu há 10 anos ao trono

Os grão-duques Henri e Maria Teresa
subiram ao trono em 7 de Outubro do ano 2000
Foto: Teddy Jaans

Os grãos-duques Henri e Maria Teresa do Luxemburgo celebram esta quinta-feira o 10° aniversário da sua subida ao trono do Grão-Ducado. Foi em 7 de Outubro do ano 2000 que Henri sucedeu ao seu pai, o grão-duque Jean, que reinava desde 1964.

O grão-duque Henri e a sua esposa, a grã-duquesa Maria Teresa, de origem cubana, souberam em dez anos imprimir um estilo diferente à monarquia luxemburguesa, menos conservadora e mais próxima do povo.

Dois momentos que marcaram a mudança na monarquia

Em 2002, Maria Teresa convocou a imprensa para esclarecer que os rumores que corriam há mais de uma década sobre as suas supostas más relações com o marido eram falsas e haviam sido lançadas pela sua sogra, a grã-duquesa Joséphine-Charlotte.

Igualmente inventados eram os rumores de que o marido teria uma amante e que Maria Teresa teria tentado fugir do país. Maria Teresa explicou que a sogra nunca suportara o facto de ela ser de origem cubana e de não ser de "sangue azul", o que tinha envenenado as relações entre sogra e nora desde o casamento com Henri, em 1981. A soberana rematou a conferência de imprensa afirmando que "se não gostasse do meu marido, não tinhamos tido cinco filhos".

Nunca antes um soberano luxemburguês havia convocado a imprensa para falar da sua vida privada. A decisão de Maria Teresa foi louvada por uns e censurada por outros, numa sociedade luxemburguesa que muito preza o conservadorismo e o facto de a vida privada de cada um ficar entre muros. A prová-lo, apesar de toda a imprensa do país estar presente, apenas um único jornal - o " Le Quotidien " - publicou as declarações da soberana no dia seguinte.

O outro momento marcante deu-se em 2008 quando o grão-duque Henri se recusou a assinar a lei da eutanásia, aprovada pelo Parlamento, invocando razões de consciência pessoal.

Por lei, o grão-duque deve outorgar as leis aprovadas na Câmara dos Deputados. Por tradição, nunca um grão-duque se opôs às decisões do Parlamento, cujo poder emana de representantes eleitos pelo povo.

Um compromisso foi alcançado para evitar a crise constitucional e a até a eventualidade da dissolução da monarquia: a Constituição foi alterada, ao soberano foi retirado o poder de vetar leis, devendo passar apenas a promulgá-las e não a aprová-las.

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