As autoridades portuguesas não vão comemorar os 500 anos da conquista de Goa, que se assinalam hoje, quinta-feira, porque “o que interessa é o presente e o futuro”, disse o embaixador de Portugal na Índia. “Da nossa parte, não existe qualquer interesse em comemorar esta conquista”, afirmou Luís Castro Mendes. Segundo o diplomata, “não há necessidade de se comemorar todos os atos, momentos e factos históricos. O que interessa é o presente e o futuro, a presença cultural portuguesa em Goa, o futuro das relações modernas entre a Índia de hoje e o Portugal de hoje”, defendeu.
Em Goa têm surgido algumas vozes contra a comemoração dos 500 anos da sua conquista pelos portugueses, nomeadamente através do grupo Freedom Fighters (Combatentes da Liberdade). No entanto, o embaixador em Nova Deli garantiu que essas contestações não tiveram influência na decisão de não se assinalar a data. “Absolutamente nada. Cada vez que alguma coisa portuguesa se comemora ou se realiza há um pequeno grupo de pessoas que se manifesta, mas nós já nos habituámos”, realçou.
Contudo, Luís Castro Mendes disse também, sem especificar: “Só fazemos coisas quando as pessoas estão interessadas em as fazer connosco”.
Referindo-se à passagem do navio-escola Sagres por Goa, de 12 a 16 de Novembro, o diplomata sublinhou que foi “uma visita inserida num plano de viagem” e que “por coincidência” esteve em Goa nesta altura. “Não existia relação entre a visita do Sagres e os 500 anos. Tratou-se de uma visita de amizade à Índia”, afirmou.
Contactado pela Lusa, Naguesh Karmali, dos Freedom Fighters, mostrou-se satisfeito com a decisão de Portugal em não assinalar os 500 anos da conquista. “Se decidiram isso, é bom. Não temos mais comentários a fazer. Só queremos ignorar a data”, afirmou. Lembrando que os 500 anos trouxeram “memórias da colonização”, Naguesh Karmali reiterou que não vão “permitir qualquer comemoração”.
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