A visita, de dois dias, ocorre num bom momento das exportações de Portugal para a China e coincide também com a disponibilidade chinesa para comprar títulos do tesouro português e “participar no esforço de recuperação económica e financeira” do país.
“Temos uma alta expetativa e esperamos ver muitos resultados”, disse a vice-ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros, Fu Ying, acerca da viagem de Hu Jintao.
O embaixador português em Pequim, José Tadeu Soares, anunciou a assinatura de “acordos oficiais” para “facilitar o desenvolvimento das relações económicas” e de “contratos de investimento de grande importância”, nomeadamente na área do turismo, mas não adiantou pormenores.
Pelas contas das alfândegas chinesas, nos primeiros oito meses de 2010, as exportações portuguesas para a China cresceram 66 por cento em relação a igual período do ano passado, somando 483,5 milhões de dólares.
Há dez anos, a China era o 33.º mercado de Portugal: hoje é o 16.º, à frente da República Checa, Áustria e outros parceiros da União Europeia.
Em 2009, a China foi mesmo um dos poucos mercados onde as exportações portuguesas cresceram, e acima dos vinte por cento.
As exportações chinesas também continuam a crescer: mais 39 por cento nos primeiros oito meses deste ano, para 1.650 milhões de dólares.
Além do seu homologo português, Aníbal Cavaco Silva, Hu Jintao vai encontrar –se com o presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama, e com o primeiro-ministro, José Sócrates.
Na União Europeu, Portugal é um dos países favoráveis ao levantamento do embargo à venda de armas à China e ao reconhecimento do estatuto de economia de mercado, outra persistente reivindicação do Governo chinês.
Portugal é, também, um dos poucos membros de UE que tem um acordo de “parceria estratégica” com a China, assinado há cinco anos entre José Sócrates e o homólogo chinês, Wen Jiabao.
As relações politicas entre Lisboa e Pequim são consideradas “excelentes” e ambos os governos encaram a transferência da administração de Macau para a China, em dezembro de 1999, como uma história de sucesso.
Em abril passado, em Pequim, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, defendeu “uma relação muito mais ambiciosa” com a China e o “inadiável reforço” da presença diplomática, económica e cultural portuguesa naquele país.
“Temos que olhar para a nossa relação com a China de uma forma muito mais ambiciosa. Estamos a virar uma página da história do mundo e é preciso ter consciência das profundas mudanças que estão a ocorrer. A China está nessa nova página”, afirmou Luís Amado.
O ultimo Presidente chinês recebido em Lisboa, em outubro de 1999, foi o antecessor de Hu Jintao, Jiang Zemin,
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