terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Irão: Autoridades tentaram evitar protestos perturbando telemóveis, Internet e televisão

As autoridades iranianas terão tentado evitar os protestos registados no país nos último dias perturbando os serviços de Internet, telemóvel e televisão por satélite, adiantou à agência Lusa um membro de um grupo opositor.

De acordo com Saeed Abed, um dos representantes no Reino Unido da Organização Mujahidine do Povo do Irão (OMPI), “era quase impossível usar o telemóvel e a Internet” e foram também observados problemas no serviço de televisão por satélite.

Ainda assim, Abed saudou os protestos, que terão mobilizado milhares de pessoas na segunda-feira contra o Governo iraniano em Teerão, inspiradas pelos movimentos populares no Egipto e na Tunísia.

Os protestos causaram pelo menos um morto e uma dúzia de feridos, de acordo com números divulgados pelas autoridades iranianas.

“Era um fogo que ardia debaixo das cinzas”, afirmou à agência Lusa, lembrando outras manifestações contra o regime realizadas em 2009.

Todavia, os acontecimentos no Egipto e Tunísia, afirmou, “dinamizaram” os manifestantes, que gritaram palavras de ordem como “Mubarak, Ben Ali, agora é a vez de Seyed Ali”, em referência ao Ayatollah iraniano, Ali Khamenei.

Saeed Abed acusou o regime iraniano de ser “mais brutal e repressivo” que o regime egípcio e de ter usado gás lacrimogéneo, gás pimenta, cargas com bastões e munições sobre a multidão.

Abed mencionou ainda vitrinas partidas e o incêndio de bens de forças ligadas ao regime, apesar da violência das forças de segurança e de agentes à paisana.

Fundada em 1965 e liderada do exílio por Maryam Rajavi, a OMPI foi proscrita no Reino Unido durante vários anos, mas em 2007 um tribunal obrigou o Governo a removê-la da lista de organizações terroristas.

Foto: Arquivo LW

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