A primeira noite de desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro levantou o público da Marquês de Sapucaí com enredos criativos sobre o medo no cinema, a saúde, os navegantes, cabelos e história da música popular brasileira.
A madrugada foi marcada por alguns problemas técnicos em carros alegóricos em algumas das seis escolas que desfilaram. Um princípio de incêndio atingiu uma das alegorias da Imperatriz Leopoldinense, a segunda escola, enquanto a Portela apresentou problemas em dois de seus carros e um deles não entrou na Sapucaí.
A Mangueira, a última agremiação a entrar na avenida às 4h30 da manhã (7h30 de Lisboa) foi marcada pela desorganização inicial que atrasou uma hora o seu desfile.
A escola enfrentou dificuldades para colocar seu carro abre-alas na avenida que quase teve sua evolução prejudicada devido a dificuldades para ingressar no Sambódromo.
A Vila Isabel, por sua vez, teve um pneu furado no seu segundo carro alegórico e teve que desdobrar-se para movimentar o carro na passarela.
A escola mais esperada da noite era, de facto, a Unidos da Tijuca, que apresentou um desfile grandioso com carros gigantescos.
Aos gritos de “é campeã”, a Unidos da Tijuca arrepiou o Sambódromo com o enredo “Esta noite levarei sua alma”, do carnavalesco Paulo Barros.
Assim como em 2010, mais uma vez a escola apostou na inovação e no ilusionismo da comissão de frente formada por bailarinos todos de fato preto que representaram um verdadeiro filme de terror na Sapucaí.
Apesar do horror, o coreógrafo Rodrigo Negri dos Santos afirmou que tudo não passava de uma grande brincadeira.
“Não é assustador, vocês vão rir com a comissão de frente, ela tem o ritmo do humor. A gente vai arriscar mais uma vez”, garantiu Negri.
Esta é a primeira vez que se vê na Sapucaí uma comissão de frente interagir com um tripé (mini carro alegórico) e ser elevada a cinco metros de altura e realizar a performance”.
A expetativa era grande para o início do desfile, admitiu o presidente da escola, o português Fernando Horta.
“Estou ansioso por ver mais uma missão cumprida. A gente está ciente que fez um grande trabalho e que trazemos um grande carnaval”, acrescentou.
Apesar do luxo e da grandiosidade das alegorias e fantasias, alguns componentes da escola reclamaram do peso das vestimentas.
É o caso da ala das baianas da Unidos da Tijuca que é composta por senhoras de cerca de 60 anos. A fantasia, segundo relataram as baianas, pesavam entre 30 e 40 quilos o que prejudicou a evolução da escola.
“O peso da fantasia é muito e nós somos senhoras. Se eles reduzissem o peso melhoraria porque a gente teria uma evolução melhor. Eles poderiam colocar uma coisa mais maleável”, disse uma baiana de 57 anos.
O Carnaval carioca continua na madrugada de segunda para terça-feira em mais uma maratona de desfiles na Marquês de Sapucaí.
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