A oposição não vai mover uma acção penal contra o líder líbio, Muammar Kadhafi, se ele renunciar ao poder imediatamente e deixar o país, disse hoje à AFP o presidente do Conselho que prepara a transição política.
"Nós somos, obviamente, a favor do fim do derramamento de sangue, mas ele deve demitir-se primeiro, depois deveria partir e nós não vamos iniciar acusações criminais contra ele", afirmou o ex-ministro da Justiça, Mustafa Abdeljalil, que dirige o Conselho de transição, sediado em Benghazi.
Também à agência EFE, Bara Al Jatib, membro do Conselho Nacional de Transição, revelou que a condição para não prosseguir a criminalização de Kadhafi é o seu abandono imediato do poder.
O diário árabe Aswat al Sharq revelou na segunda-feira, citando "fontes bem informadas", que Kadhafi enviou um negociador junto do Conselho para anunciar que estava disposto a entregar o poder e a partir da Líbia, caso a liderança rebelde garantisse a sua segurança e a da sua família e o seu dinheiro.
De acordo com a edição do jornal, o líder líbio impôs como condição para sair do poder que o ajudassem a sair da Líbia para um país da sua escolha, não ser perseguido no exterior e que não fosse apresentada contra ele acusações perante os tribunais internacionais.
No entanto, um funcionário do Governo líbio negou hoje formalmente à AFP uma oferta de negociações aos rebeldes por parte do dirigente Kadhafi.
Questionado sobre uma possível proposta de negociações transmitida pelo lado de Kadhafi, o ex-ministro da Justiça também disse à AFP que o líder líbio não tinha enviado nenhum emissário, mas que advogados do regime de Tripoli se ofereceram como intermediários.
"Ele não mandou ninguém. Algumas pessoas têm-se proposto como intermediários para impedir o derramamento de sangue e acabar com o sofrimento a que têm sido submetidos os habitantes de Misrata", a terceira maior cidade do país, a 150 km de Tripoli, cenário de pesadas lutas, disse por telefone Adbeljalil, salientando que "essas pessoas são advogados militantes de Tripoli".
Mustafa Abdeljalil não especificou se a imunidade de Kadhafi foi sugerida pelos advogados de Tripoli.
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